Desvio no tapa-buraco chegaria a R$ 8 milhões ao mês, segundo vereadores
Só oito dos 29 vereadores concordam com a abertura de uma CPI
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Só oito dos 29 vereadores concordam com a abertura de uma CPI
A base de sustentação do prefeito Gilmar Olarte (PP) conseguiu, pelo menos até o momento, evitar a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o serviço de tapa-buraco em Campo Grande. Porém, a oposição não vai contribuir para que as denúncias caiam no esquecimento e promete denunciar desvios que chegariam perto de R$ 8 milhões mensais.
A vereadora Luiza Ribeiro (PPS) disse que, caso a base insista em querer blindar Olarte e Nelsinho Trad (PMDB), a oposição encaminhará as suspeitas de irregularidade para o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
A vereadora explica que o caso é grave, porque há denúncia de que o serviço de tapa-buraco sustenta um grande esquema de corrupção, que com menor proporção, na avaliação da vereadora, se compara aos desvios investigados na Petrobras.
Denúncias que chegaram até a oposição revelam que pelo menos R$ 8 milhões mensais seriam desviados do serviço de tapa-buraco, que também inclui cascalhamento. Segundo denúncia, as empreiteiras realizam R$ 3 milhões de tapa-buraco e outros R$ 3 milhões são pagos sem a realização do serviço. Já no caso do cascalhamento, R$ 2 milhões seriam pagos e R$ 5 milhões investidos sem a prestação do serviço, totalizando R$ 8 milhões em desvio.
Mesmo com tantas denúncias, a CPI ainda não emplacou na Câmara. Vereadores da base do prefeito afirmam que não há motivos para abertura porque a atual gestão está disponibilizando a documentação solicitada.
Eles perdoaram o fato de a atual gestão ter admitido que não fazia fiscalização adequada do serviço de tapa-buraco e até o fato de Nelsinho ter gasto mais de R$ 40 milhões, acima da média, com tapa-buraco em 2012, o último de sua gestão e, coincidentemente, ano de eleição.
A oposição entende que só uma investigação mais apurada identificará o porquê do mesmo engenheiro que assina ordem de serviço ser responsável pela conferência do realizado, porque a Prefeitura não montou comissão fiscalizadora, conforme prevê o contrato, e o que leva empreiteiras a cobrar um pouco menos pelo serviço. Eles suspeitam que a bondade dos empreiteiros é compensada pelo aumento da atuação nas prorrogações de contrato, o que garante mais lucro.
Até o momento o requerimento para abertura da CPI dos buracos só tem oito assinaturas e precisa de mais duas para sair do papel. Assinaram o requerimento os seguintes vereadores: Luiza, Paulo Pedra (PDT), Alex do PT, Thais Helena (PT), Ayrton do PT, Chiquinho Teles (PSD), José Chadid (sem partido) e Cazuza (PP).
Cruzaram os braços para uma investigação mais aprofundada os vereadores Mario Cesar (PMDB), Paulo Siufi (PMDB), Edil Albuquerque (PMDB), Vanderlei Cabeludo (PMDB), Carla Stephanini (PMDB), Loester Nunes (PMDB), Magali Picarelli (PMDB), Otávio Trad (PTdoB), Eduardo Romero (PTdoB), Flávio Cesar (PTdoB), Delei Pinheiro (PSD), Coringa (PSD), Gilmar da Cruz (PRB), Chocolate (PP), Alceu Bueno (PSL), Carlão (PSB), Airton Saraiva (DEM), Francisco Saci (PRTB), João Rocha (PSDB) e Herculano Borges (SD).
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