Azambuja não tem o mesmo controle de Puccinelli

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB)  teve poucos problemas, mas não pode dizer que tem situação sobre controle na Assembleia. O tucano só não conseguiu aprovar como queria o projeto de aumento do ITCD, que foi refeito conforme vontade dos deputados. No mais, tudo foi aprovado, mas com algumas infidelidades que mostram um pequeno descontrole na base de sustentação.

Azambuja ainda é muito dependente da fidelidade do PMDB e é neste detalhe que ele pode ter problema. Peemedebistas aguardam desfecho da Operação Lama Asfáltica para decidirem se continuam ou não com Azambuja. Neste momento, para o PMDB, o mais importante é salvar a cabeça da maior liderança do partido no Estado, André Puccinelli (PMDB).

O líder do PMDB na Assembleia, Eduardo Rocha, não descarta continuidade da parceria, mas diz que haverá conversa. “Cada ano é um ano. Hoje, acho que a parceria é boa e tende a ampliar. O governo não pode reclamar da Assembleia. Eu não sou daqueles que fica toda hora mudando de lado. Se for bom para todos os lados…”, analisou.

Além da desconfiança sobre o prazo de validade da parceria com o PMDB, Azambuja ainda enfrenta a rebeldia de alguns deputados, que não estão dispostos a dizer amém para todos os projetos enviados pelo governo. É o caso da deputada Mara Caseiro (PMB), que nem sempre vota com o governo.

“Continuo sendo base, mas tenho que ter independência para colocar o meu ponto de vista, as ideias que defendo”, justificou, ressaltando que cabe ao governo ou ao autor de uma proposta, por exemplo, convencê-la de que será melhor para o Estado.

O deputado Onevan de Matos (PSDB) faz parte da base de sustentação de Azambuja, mas também tem votado com liberdade, independentemente da posição do governo. Indagado se há problemas com Azambuja, ele garantiu que não e justificou o voto divergente. “Acho que o deputado tem liberdade de votar. Se tivesse problema, não seria através do voto que resolveria”, afirmou.

O deputado Felipe Orro (PDT) também garantiu estar na base, embora faça parte do grupo que não vota com o governo em todas as matérias. Indagado sobre esta postura mais independente, ele justificou que em votações como a de aumento de impostos, que votou contra, levou em consideração compromissos feitos com instituições, como a Associação Comercial.  

Dos 24 deputados, apenas quatro (todos do PT), são oposição ao governo de Reinaldo Azambuja. A situação é confortável, mas pode se complicar, por exemplo, se o PMDB resolver bater asas. Com seis deputados e mais alguns aliados, eles podem complicar a vida de Azambuja, caso resolvam partir para a oposição.