Encontro ocorreu na tarde de hoje em Brasília

Após participarem de reunião com o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, parlamentares sul-mato-grossense utilizaram o Facebook para defender ‘seus lados’. O encontro foi agendado com objetivo de buscar solução ao conflito no Estado, mas o presidente da Comissão de Desenvolvimento Agrário e Assuntos Indígenas na Assembleia Legislativa, o deputado João Grande (PT) protestou alegando não concordar com a pauta levada ao líder da pasta, já que foi construída com base nos encaminhamentos feitos em audiência pública unilateral. 

O parlamentar se referiu à audiência realizada no início do mês na Assembleia Legislativa na qual, segundo ele, somente o lado dos ruralistas foi atendido. Além disso, a ausência de representante dos índios na reunião com Cardozo foi questionada pelo deputado. “Externei também minha indignação por não ver ali na reunião nenhuma liderança indígena. Não há como avançar nas questões agrárias e indígenas do nosso Estado excluindo uma das partes da mesa de negociações”, publicou no Facebook.

O petista garantiu que o ministro ficou sensibilizado e se comprometeu em agendar novo encontro no ministério, desta vez com “a devida representação indígena”. O senador Waldemir Moka (PMDB), por sua vez, também utilizou a rede social para mostrar tensão e comoção por parte dos fazendeiros que estiveram na reunião de hoje. Alterados, eles contavam as consequências das ocupações em suas vidas. O peemedebista postou vídeo no Facebook para mostrar relato de uma senhora que, extremamente emocionada, contou como está sua vida após acuação.

“Não sabem o que estamos passando. Tudo virou corredor de drogas, os índios ficam 24 horas alcoolizados, nossa vida ficou tensa. A situação está feia. Eu sou mã e de família, meu marido está doente com diabetes, não tenho alternativa nenhuma. Eles (índios) não querem saber o que a gente plantou, cuidou. Então te peço do fundo do meu coração de mãe, te suplico, minha alma clama, não ia te falar nada, mas não agüento mais ministro, cansamos de pedir ajuda em portas que nunca se abrem. Fiquei sem nada dentro de casa, me pegaram tudo, lembranças dos meus filhos, tudo”, diz a mulher.