Ex-prefeito espera suspeição de desembargador

A Operação Lama Asfáltica, da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, reacendeu a esperança em Alcides Bernal (PP) de retornar ao comando da Prefeitura de Campo Grande. Ele avalia que os áudios da Polícia Federal, gravados na Lama Asfáltica, e do Gaeco, na Operação ADNA, são suficientes para provar que a cassação dele não foi política.

Para voltar à Prefeitura, Bernal aposta no julgamento de uma exceção de suspeição, marcado para o dia 3 de agosto. Bernal solicita que o desembargador Sérgio Martins seja impedido de julgar a ação na qual apela para retornar à Prefeitura..

Segundo Bernal, Sérgio Martins, que decidiu pelo arquivamento da  decisão do juiz David de Oliveira, que havia reconduzido Bernal ao cargo, não seria eticamente o mais adequado a fazer tal julgamento, visto que teria, segundo o ex-prefeito, ligações com envolvidos no processo.

Bernal alega que Martins não deveria julgar o processo porque é ex-vereador do PMDB, foi indicado ao cargo por André Puccinelli e já foi sócio de André Puccinelli Jr..

O ex-prefeito aposta no acolhimento do pedido de suspeição do desembargador, que pode garantir o retorno imediato ao cargo. “O próprio relator, Divoncir Schreiner Maran, se der provimento,  pode retirar o efeito suspensivo da decisão do juiz David e ela pode ser restabelecida, porque ficou  comprovado que fui vítima de um golpe. O Divoncir pode restabelecer monocraticamente a democracia ou marcar imediatamente o julgamento do recurso, que pode ocorrer na semana seguinte. Este processo é muito antigo e está dormindo no tribunal”, reclamou.

Bernal lembra de casos como o da Prefeitura de Bela Vista, onde o prefeito voltou ao cargo duas horas depois e diz não entender a demora para julgamento do processo. “Aqui, desde antes da cassação já sabíamos que vereadores estavam defendendo interesse de Amorim e de empresários que queriam manter o poder sobre a Prefeitura e políticos. Porque aqui, na Capital do nosso Estado, o processo demora para ser julgado?”, concluiu.

Apesar do protesto, o ex-prefeito pondera que tem respeito pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e espera apenas que a Justiça seja feita. “Um dos desembargadores está segurando, mas temos bons desembargadores e a esperança que se faça justiça”, declarou.

Bernal ressalta que o juiz David de Oliveira considerou a cassação imoral. Todavia, segundo ele, hoje fica comprovado que não só era imoral, como criminosa. “Não foi composição política, mas negociação direta e clara..