O prefeito (PP) parece não estar preocupado com a Comissão Processante da Câmara de Campo Grande, onde só tem seis e precisa de mais quatro votos para escapar da cassação. Desde que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) concedeu mandado de segurança para bloquear a comissão, o prefeito estacionou as conversas com partidos para ampliar a base de sustentação.

No começo da semana, segunda-feira (2), o prefeito anunciou que chegaria à maioria na Câmara. A promessa ganhou força depois que um grupo de vereadores se reuniu com o senador Delcídio do Amaral (PT) no escritório do secretário de Governo, Pedro Chaves. Porém, a ampliação não saiu do campo das especulações. Até o momento, nenhum dos partidos assediados afirma que está na base de sustentação do prefeito.

O vereador Carlão (PSB) informou de que não conversou com nenhum representante do prefeito. O mesmo acontece com o PTB, onde lideranças já fizeram várias reuniões com o prefeito, mas não conseguiram resultado nenhum. O presidente do PTB disse que nesta quinta-feira (5) era aguardada como decisiva para o grupo assediado por Bernal, mas “nada aconteceu”.

Segundo Louzada, nesta quinta-feira estava marcada uma reunião de Bernal com os vereadores Paulo Pedra (PDT), Edson Shimabukuro (PTB), representantes do PR e até do PMDB, liderado por Paulo Siufi (PMDB), mas a conversa acabou sendo desmarcada pela administração. Os vereadores convidados são integrantes do chamado “G6”, que há algum tempo se oferecem para ajudar Bernal.

Procurado pela reportagem para falar sobre o cancelamento da reunião, o vereador Dr. Jamal (PR) negou que tenha agendado encontro com o prefeito sem autorização do partido. Ele disse que não há conversa marcada com Bernal e o único encontro agendado é interno, onde o PR discutirá as eleições de 2014 e a crise política em Campo Grande. Apesar de Jamal negar, a declaração de Ivan Louzada coincide com a previsão do líder de Bernal, Alex do PT, que garantiu anúncio de três novos aliados ainda nesta semana.

Esta não é a primeira vez que Bernal ignora o grupo que tem como integrantes os vereadores Paulo Siufi, Paulo Pedra, Shimabukuro, Alceu Bueno, Jamal e Carlão. Há alguns meses eles chegaram a criar o “G6” para ajudar Bernal a administrar, mas foram ignorados e acabaram desfazendo o grupo com acusações de que alguns integrantes estariam tratando de interesses pessoais, ignorando os anseios coletivos.

O fora de Bernal é tão reincidente quanto a promessa de novos aliados. Ele já conversou com Paulo Pedra, Carlão, Shimabukuro, Paulo Siufi, Dr. Jamal, Alceu Bueno e lideranças do PSDB, mas até o momento não fechou acordo com nenhum partido. Ele chegou a oferecer a secretaria da Juventude, que ainda não saiu do papel, ao PSB, mas o partido não aceitou. Outras siglas também exigiram espaço, mas Bernal não conseguiu fechar um acordo interessante para ambas as partes. Com o quadro de secretários completo, ele tem dificuldade para negociar apoio em troca de secretarias pequenas.