Oposição dá como certa cassação de Bernal, aliados reclamam de ‘pressa’

Líder da oposição, Airton Saraiva (DEM), afirma que Campo Grande perdeu muito com Bernal e isso precisa parar.

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Líder da oposição, Airton Saraiva (DEM), afirma que Campo Grande perdeu muito com Bernal e isso precisa parar.

Os vereadores contrários ao prefeito Alcides Bernal (PP) já dão como certa a cassação de seu mandato. A votação do relatório final, indicada pela Comissão Processante, será nesta quinta-feira (26). O resultado esperado por eles é que em 2014 Campo Grande tenha uma nova gestão. Já a oposição acredita que o relatório foi feito às pressas e que em menos de 24 horas não teriam como analisar a defesa do prefeito, o que prova, para eles que tudo estava armado.

Líder da oposição, Airton Saraiva (DEM), afirma que Campo Grande perdeu muito com Bernal e isso precisa parar. “Um ano sem nenhum avanço na parte administrativa, um ano de retrocesso. Acredito que por essa preocupação, os vereadores vão mudar essa página, o que para a população foi um ano de muita perda”, pontua.

Saraiva diz não ter dúvidas do resultado final e afirma que a oposição trabalha com 23 votos a favor da cassação, são necessários 20 (dois terços do total).

Questionado se pode haver uma reviravolta, afirma duvidar dessa possibilidade já que o prefeito teve um ano para tentar buscar alianças e não teve sucesso. “Tenho certeza que não convence mais ninguém. Levou um ano para isso e não conseguiu”, enfatiza.

Também a favor da cassação, a peemedebista Carla Stephanini lembra que vai acompanhar a orientação do relatóio que é pela cassação do prefeito como já havia sido estabelecido pelo partido. “Nós já tínhamos deliberado que se o relatório concluísse pelos elementos que aponta improbidade acompanharíamos o voto. Me parece que pouca coisa tem a mudar. Um relatório muito bem substanciado”, frisa.

Apesar da orientação do partido, o vereador Vanderlei Cabeludo (PMDB), afirma buscar a imparcialidade e diz não ter decidido seu voto. “Vi só um pouco do relatório. Vou lá buscar uma cópia e olhar. Ainda não tenho uma posição. Pelo que vi até hoje, e o que tenho acompanhado não precisa ter relatório. Campo Grande está um caos. Está abandonada. Mas, vou buscar a imparcialidade”, afirma o vereador que votou pela Comissão Processante.

Questionado sobre a posição do partido, Vanderlei afirma que o PMDB tem compromisso e responsabilidade com Campo Grande.

Da base do prefeito, Ayrton Araujo (PT), diz que irá manter seu posicionamento e critica a forma como a oposição tem lidado com o caso. “Falar que 28 vai cassar o prefeito, como eles tem dito. Não vai ser com meu voto. A comissão foi muito rápida. O prefeito entregou o recurso ontem às 17h e hoje às 7h30 já estavam intimando o prefeito”, criticou.

“Mal e porcamente analisaram a defesa do nosso prefeito. Deixou evidente que isso tudo é perseguição. Querem pegar o Alcides para Cristo e deixar a vida deles em paz. Deveriam é estar respondendo a CPI da Saúde”, apontou.

Ele diz não acreditar na cassação e garante que vão conseguir entre dez a doze votos para que Bernal não perca o mandato. “Estamos trabalhando, correndo atrás. E deixar provado para CG que não somos favoráveis a isso”, diz.

Luiza Ribeiro (PPS) também critica a rapidez com que a oposição entregou o relatório final. “O prefeito apresentou a defesa as 5h30 e o relatório estava pronto às 7 horas da manhã. É pré-julgamento na minha opinião. Fruto do inconformismo do PMDB em relação à derrota de 2012. As lideranças impõem, colocaram a votação no dia 26 para que a população não acompanhe. O Flavio Cesar foi é o relator, na CPI do Câncer ele também foi o relator e achou que não tem problema nenhum na constituição do PMDB nessa máfia. Sinceramente acho que isso é resultado da derrota que o PMDB teve nas eleições de 2012”, reclama.

O vereador Eduardo Romero (PT do B) não quis afirmar, mas deixa claro que deve votar pela cassação. “Estou indo buscar a cópia do relatório. Acredito que a Comissão fez o melhor trabalho que poderia ser feito. Sou de um partido de oposição e devemos acompanhar o voto partidário, mas em cima das discussões técnicas”, frisa.

A reportagem tentou entrar em contato com todos os vereadores, mas conseguiu apenas com os vereadores acima.

Nas 104 páginas do relatório final, os vereadores Edil Albuquerque (PMDB), Flávio César (PT do B) e Alceu Bueno (PSL) indicam que houve inaplicação dos princípios básicos que norteiam uma administração, como editais viciados, inversão na ordem de pagamentos, ausência de planejamento e fabricação de emergência para contratos sem licitação.

Por isso, a indicação pela cassação de Bernal. A votação está marcada para quinta-feira (26) às 8h, na Câmara de Campo Grande. Os 29 vereadores já foram convocados.

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