O governador (PMDB) afirma que não vai ceder a pressão do PMDB e “aposentará” as chuteiras em dezembro de 2014, quando vence o segundo mandato dele como governador de Mato Grosso do Sul. “No dia 5 vocês vão verificar se eu menti ou não”, disse o governador na manhã desta sexta-feira (19).

Puccinelli afirma que não quer ser candidato para abrir espaço para os mais novos. Porém, o PMDB insiste em dizer que vai lutar para que ele seja candidato ao Senado, o que faz todo mundo duvidar que ele se aposentará. A dúvida é alimentada pelas entrevistas do próprio governador, que sempre complementa: “Se a população e o meu partido deixar, vou aposentar”.

A indefinição de Puccinelli também emperra a busca do PMDB por aliados, já que o partido não sabe se ele disputa ou não e muito menos se terá candidato ao Senado e ao Governo. O partido também tem como pré-candidatos o ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB) e a vice-governadora Simone Tebet (PMDB). Mas, em vez de ajudar, a quantidade de candidatos só dificulta a vida do PMDB, que pode enfrentar racha.

Puccinelli não esconde a preferência por Simone, apesar de dizer que caberá ao partido a decisão. Neste sentido, não está descartada a possibilidade do governador condicionar a sua candidatura a garantia de que Simone seria a escolhida para o Governo do Estado. Esta possibilidade já foi levantada até pelo senador Waldemir Moka (PMDB). Ele entende que se Puccinelli se afastar, Simone será candidata natural, visto que disputará a reeleição.

O partido pode optar por candidatura própria no Senado e no Governo do Estado, o que provocaria novo racha, desta vez com aliados, visto que muitos já deixaram claro que não vão aceitar ficar apenas de coadjuvante do PMDB. O partido tem com dificuldade o fato do governador não ter aberto espaço para aliados de primeira hora como DEM e PDT, que afirmam não fazer parte da administração.

Puccinelli tem até 6 de abril, seis meses antes da eleição, para se afastar caso queira disputar o Senado. Neste caso, Simone assume o governo e pode, se preferir, disputar a reeleição, sem que para isso precise se desincompatibilizar.