Na busca desesperada por aliados, Bernal vai recebendo alguns ‘nãos’ de vereadores

O prefeito Alcides Bernal (PP) está conseguindo, aos poucos, ampliar a base de sustentação na Câmara de Campo Grande. Se confirmada a especulação de que Carlão (PSB) passará a ser aliado, o prefeito chegará a nove vereadores na Câmara, faltando apenas um para chegar a 10 votos e se livrar da cassação via Poder Legislativo. […]

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O prefeito Alcides Bernal (PP) está conseguindo, aos poucos, ampliar a base de sustentação na Câmara de Campo Grande. Se confirmada a especulação de que Carlão (PSB) passará a ser aliado, o prefeito chegará a nove vereadores na Câmara, faltando apenas um para chegar a 10 votos e se livrar da cassação via Poder Legislativo.

Só depois de nove meses de administração o prefeito percebeu que não vai resistir muito tempo se não tiver um número mínimo de aliados na Câmara. Ele foi forçado, principalmente, pela ameaça de cassação na Câmara. Sem saída, já que só vereador pode votar na Câmara, o prefeito se viu obrigado a agir rápido, ganhando “não” de quem, outrora, já “se ofereceu” para ajudar.

Bernal convidou Juliana Zorzo (PSC) e Alceu Bueno (PSL) para uma conversa reservada no Paço Municipal, mas os vereadores não aceitaram o convite por entender que não há mais tempo para arrependimento. Alceu Bueno foi um dos integrantes do “G6”, criado para oferecer ajuda a Bernal. Porém, hoje, entende que não há mais tempo, já que está na oposição e votará junto com o colega de partido, Elizeu Dionízio em um eventual processo de cassação.

“Sou oposição ao prefeito. A última vez que eu estive com o prefeito, faz três meses. De lá para cá, nunca tive contato com prefeito. O PSL vai votar junto: Alceu Bueno e Elizeu Dionízio. Fui convidado, mas não fui. Não há mais tempo. Já se desgastou muito. Passou o tempo para se construir a base. Mas, vou votar por projetos em benefício de Campo Grande”, justificou.

Juliana Zorzo contou que foi procurada na semana passada por intermediários do prefeito, mas que não compareceu. Ela acha difícil integrar a base porque não concorda com o que está acontecendo na cidade atualmente. “Pelo que a gente tem visto, está acontecendo uma inoperância e a cidade está muito parada. Gostaria de uma mudança de atitude. Não tenho problema nenhum em ser aliada, desde que trabalhe. Todo mundo tinha que ir para o mesmo caminho, mas não é o que está acontecendo. Pelo que a gente vê, há muita deficiência. Não concordo com algumas atitudes e prefiro ficar na minha, neutra”, declarou.

O vereador Dr. Jamal (PR) também foi convidado e conversou com o prefeito após ouvir os intermediários dizer que ele está querendo começar uma nova era de alianças com os partidos. Apesar da disponibilidade, Jamal diz que aconselhou o prefeito a conversar com os partidos políticos e não com vereadores.

“Não me ofereceu nada. Só conversamos e eu não fui para pedir nada. Conversar para o bem de Campo Grande. Dei algumas sugestões em relação a como deveria governar a cidade e ter tranquilidade, baseado na experiência que vivi com Puccinelli (governador André Puccinelli) e Nelsinho (ex-prefeito Nelsinho Trad). Tem que ter aliança com partidos, diálogo aberto com todos os vereadores, oposição e situação, e ainda melhorar. Tem que ficar mais ágil. Precisa ouvir vereadores e resolver coisas que estão paradas, parar de fazer ataque contra médicos. Defendi a classe. Não é por ai. Os médicos precisam ser valorizados. Continuo vereador de Campo Grande e o que é certo vou defender e o que é errado, vou votar contra”, garantiu.

Questionado se pode vir a integrar a base de sustentação do prefeito na Câmara, o vereador Jamal preferiu não responder, aconselhando a reportagem a falar com o presidente municipal do partido, deputado estadual Antônio Carlos Arroyo.

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