Presidente da Câmara de vereadores em Bonito e assessor permanecem na cadeia

O pedido de prisão preventiva foi feito na noite desta sexta-feira (14)

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O pedido de prisão preventiva foi feito na noite desta sexta-feira (14)

O presidente da Câmara Municipal em Bonito, Reginaldo dos Reis Nunes Rocha (Nandinho dos Correios) e o assessor, Francisco Miguel da Silva, permanecem presos na delegacia da cidade. Na noite desta sexta-feira (14) o delegado de polícia civil que conduz o inquérito, Roberto Gurgel, pediu a conversão do flagrante em prisão preventiva.

Os dois foram presos em flagrante na manhã de sexta, por exigir dinheiro para liberar uma diferença salarial de R$ 49 mil a que nove vereadores e ex-vereadores da legislatura de 2004/2008 têm direito. O Gaego (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) passou um mês investigando a denúncia e de acordo com o coordenador do grupo, promotor de Justiça Marcos Alex Vera, há indícios suficientes para um denuncia criminal.

No dia da prisão, uma ex-vereadora que participou das investigações marcou com o presidente da Câmara de fazer o pagamento. As notas foram fotocopiadas no dia anterior. Reginaldo recebeu o dinheiro, saiu do prédio, entregou para o assessor e pediu para que ele guardasse o montante até a hora do almoço. Contudo, os dois foram presos logo em seguida.

Depoimentos

Os depoimentos se estenderam durante todo o dia e a noite. Segundo o delegado Roberto Gurgel, foram ouvidos três vereadores. Dois deles negaram que tenha havido qualquer tipo de extorsão e apenas um confirmou a exigência do pagamento. Ainda há uma ex-vereadora que não estava na cidade, mas que deve ser ouvida ainda essa semana.

Já o presidente da Câmara ficou em silêncio durante todo o interrogatório e de acordo com Gurgel, apenas fez questão de informar que Francisco (assessor) “não tem nada a ver com isso”.

Francisco por sua vez confirmou que recebeu o dinheiro e que o guardou, conforme pediu Reginaldo, mas disse que não sabia do que tratava.

Crime

O delegado da cidade de Bonito, Roberto Gurgel, tem agora 10 dias para concluir o inquérito. Após esse procedimento, a investigação será remetida ao MPE (Ministério Público Estadual) que deve oferecer denúncia contra Nandinho dos Correios.

Ele será enquadrado pelo crime de concussão. De acordo com o Código Penal, a concussão é o ato de exigir para si ou para outrem, dinheiro ou vantagem indevida em razão da função, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.

A pena é de reclusão, e vai de dois a oito anos. Há ainda a pena de multa, que é cumulativa com a de reclusão.

Segundo o delegado, o dinheiro que estava com o assessor ficou apreendido até o fim da noite e depois foi restituído à denunciante.

Além disso, Gurgel informou que uma cópia do inquérito será remetida à Justiça Eleitoral em razão de haver indícios de que o dinheiro seria utilizado na campanha de Reginaldo, que é vereador pelo segundo mandato e tenta a reeleição.

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