Vídeo que mostra a coação do governador André Puccinelli (PMDB) para servidores votarem no deputado federal Edson Giroto (PMDB) esquentou os ânimos dos parlamentares na sessão desta terça-feira (21) da Assembleia Legislativa. O clima fechou, principalmente, por conta de bate-boca protagonizado por Eduardo Rocha (PMDB) e Alcides Bernal (PP).

Insatisfeito porque o colega de Casa pediu questão de ordem para denunciar a coação de Puccinelli em cima de servidores públicos, o governista subiu à tribuna e partiu para o ataque. “Não tem cabimento pedir questão de ordem para fazer politicagem, questão de ordem é para tratar de assuntos regimentais”, reclamou.

O tiroteio de Eduardo Rocha não por aí: “vem aqui, fica cinco minutos na sessão e ataca o meu governador”. Ele ainda atribuiu a denúncia à queda de Bernal nas pesquisas de opinião pública. “Isso tudo é porque está desabando nas pesquisas e baixou o nível”, emendou.

Diante dos ataques, Bernal saiu da sala vip da Assembleia e retornou ao plenário para se defender. “Diz o adágio popular, falar é prata, calar é ouro e, na linguagem pantaneira, dizem que burro quieto se passa por burro inteligente”, filosofou.

Rocha se sentiu ofendido com os dizeres populares e cobrou respeito. “Dei uma aparte e o senhor me desrespeitou”, criticou. “Ouro é o Giroto e o senhor é prata”, acrescentou. “Eu sei que o Giroto só usa ouro”, rebateu Bernal. “Não venha querer me dar lição de morar”, prosseguiu o governista.

Bernal não se deu por satisfeito e sugeriu ao colega de Casa para se preparar melhor antes de subir à tribuna da Assembleia. “Não digo isso para te recriminar, mas para dizer que lhe perdôo”, comentou.

Mais críticas

Bernal ainda fez questão de intensificar as críticas à atitude de Puccinelli de cobrar dos servidores apoio a Giroto. “Ele se esqueceu que no princípio democrático prepondera o voto secreto”, atacou. “Com uma atitude destas, só mostra que não respeita o trabalhador, mas vai ver nas urnas que a inteligência do povo prevalecerá”, completou.

Vice-líder do governo na Assembleia, o deputado Márcio Fernandes (PTdoB) entrou no debate e cobrou de Bernal presença nas sessões e defendeu Puccinelli. “Não tem nada de mais cobrar apoio dos servidores fora do horário de expediente em ambiente partidário”, opinou.

O deputado Pedro Kemp (PT) discordou e lamentou ameaças feitas pelos governistas. “Dizem que será exonerado o servidor que não comparecer às reuniões, uma situação constrangedora, uma violência contra a arma do cidadão que é o voto secreto, ainda mais sob a ameaça de perder o emprego, coisa sagrada para todos”, frisou.