Um dos fundadores do PDT em Mato Grosso do Sul, o vereador Dr. Loester, hoje no PMDB, acredita que a indicação antecipada do presidente regional do PDT, Dagoberto Nogueira, para a vaga de vice do pré-candidato a prefeito, deputado federal Edson Giroto (PMDB), poderá prejudicar o diálogo com novos aliados.

Segundo o vereador, o vice deveria ser indicado após a definição de todas as legendas que irão integrar a coligação do PMDB. “Nós do PMDB temos interesse que o PDT fique conosco. Esse negócio de vice tem que ser discutido mais adiante, não quer dizer que o vice vai ficar com esse ou aquele partido, mas você primeiro precisa definir quais partidos que vão ficar com a gente, ai você define o vice”, afirmou.

Com a aliança entre os partidos praticamente certa, setores do PDT reivindicam a oficialização da legenda na vaga. Eles temem que a sigla seja deixada de lado e acabe não indicando o pré-candidato, a exemplo das eleições de 2008, quando Dagoberto era cotado para ser vice no pleito que reelegeu Nelsinho Trad (PMDB).

Para Loester, a formalização prévia do PDT poderá impedir que outros partidos considerados grandes e, que também pleiteiam a indicação, encerrem as articulações com o PMDB. “Se você definir o vice agora você praticamente perde a oportunidade de outros partidos maiores, por exemplo, vir para o PMDB”, argumentou.

Dr. Loester citou como exemplo o PSDB, que promete entrar na disputa pela Prefeitura de Campo Grande. “Nós temos a esperança de que o PSDB possa vir conosco, eu acho que isso pode acontecer, mas se você fecha essa porta, acaba a possibilidade, por isso que eu vejo que não se deve indicar o vice agora”, reforçou.

Contudo, o vereador também se mostrou aberto para a indicação de seu ex-partido para a vaga. “Se for o PDT só um dos partidos maiores que fique com a gente, provavelmente pode ser que o PDT indique o vice. Agora, a indicação de vice fica a critério do PMDB definir”, considerou.

Dr. Loester deixou o PDT no final do ano passado depois de divergências com Dagoberto Nogueira. Apesar do impasse que culminou com sua saída da legenda, o vereador considerou a sigla importante para o PMDB. “Para mim é ruim assim, eu fico meio chateado com essa situação, mas eu não sou mais do PDT. Temos que estar prontos para recebê-los como eles são e o PMDB tem esse interesse pelo PDT”, reiterou.