Temer admite que PMDB pode perder controle da Funasa

Em visita ao Rio Grande do Sul nesta sexta-feira, o vice-presidente da República, Michel Temer, disse esperar uma solução “amigável” e “saudável” para a indicação do nome do próximo presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Para o vice-presidente, o cargo não deve ser “necessariamente” do seu partido, o PMDB. É a primeira vez que […]

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Em visita ao Rio Grande do Sul nesta sexta-feira, o vice-presidente da República, Michel Temer, disse esperar uma solução “amigável” e “saudável” para a indicação do nome do próximo presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Para o vice-presidente, o cargo não deve ser “necessariamente” do seu partido, o PMDB. É a primeira vez que Temer admite que pode perder um dos cargos mais cobiçados pelos partidos.

“Não há uma preocupação. A liderança do PMDB na Câmara, o nosso Henrique Alves, esteve com o ministro Alexandre Padilha [Saúde]. Eles ajustaram que o nome seria definido mais adiante e conversado em comum. Não é necessariamente do PMDB”, afirmou Michel Temer, logo após sua participação no encerramento de um evento na Assembleia Legislativa.

Mais tarde, depois de almoçar com o governador Tarso Genro (PT), Temer voltou a admitir que a Funasa pode sair das mãos do seu partido, que segue no entanto candidato forte a assumir o cargo. “A negociação passa pela liderança do partido e pelo ministro. Eles ajustaram que irão discutir um nome em comum. Necessariamente não será alguém do PMDB, mas pode ser alguém do PMDB, se o ministro Padilha estiver de acordo”, ponderou.

Sobre a disputa de cargos de segundo escalão no governo federal, entre PT e PMDB, o vice-presidente disse não ver problema, já que os partidos têm direito de ocupar os espaços. Michel Temer disse esperar uma solução “amigável” e “saudável” para o caso e voltou a afirmar que o PMDB está bem representado no governo Dilma. “Embora os ministérios do PMDB tenham menor densidade política, hoje o PMDB não é simplesmente um aliado do governo. O PMDB é governo”, destacou.

“É normal que no primeiro mês, nos primeiros 40 dias de governo, haja essa espécie de confronto. O que importa é que pouco a pouco vamos ajustando as posições de modo a que nenhum partido fique descontente em relação ao espaço no governo. Tenho certeza que isso vai acontecer com o PMDB e com o PT”, completou Temer.

Na segunda-feira, o jornal “Folha de S. Paulo” publicou reportagem revelando que a Controladoria Geral da União (CGU) teria apontado um desvio de R$ 488,5 milhões no período em que a Funasa foi presidida pelo deputado federal eleito Danilo Forte (PMDB-CE). A Funasa é o alvo principal da disputa entre PT e PMDB por cargos no segundo escalão porque comanda obras ligadas à saúde pública em diversas cidades do País.

Michel Temer encerrou sua visita ao Rio Grande do Sul depois do almoço com Tarso Genro, do qual também participou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

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