A Câmara Municipal de Pontes e Lacerda, a 450 quilômetros de Cuiabá, cassou, por 6 votos e 2 abstenções, o mandato do vereador Lourival Rodrigues Morais, o Kirrarinha, dos Democratas. Ele agrediu com um tapa a jornalista Márcia Pache, repórter da TV Centro-Oeste (SBT).

As cenas da agressão, dentro do Centro Integrado de Segurança e Cidadania, CISC, foram gravadas pelo cinegrafista que acompanhava a repórter. Em seguida, ganhou o mundo, através da rede social YouTube. Apesar da decisão do legislativo, Kirrarinha segue candidato a deputado estadual.

Foram quase oito horas de sessão, tensa e tumultuada. Já na leitura do relatório, com mais de 750 páginas, seus correligionários – especialmente cabos eleitorais contratados para sua campanha a deputado – faziam manifestação no auditório do Legislativo e também do lado de fora. O ato foi interpretado como uma maneira de pressionar os demais vereadores.

O próprio vereador subiu a tribuna para se defender. Sem êxito. Apesar dos apelos, não convenceu a maioria. Votaram pela cassação Claudinei Sela (PMN), Jalma de Freitas Ângelo (PP), Vanclei Carvalho (PV), Pedro Vieira (PT), Francisco Martins de Souza Filho (PTB) e Natalícia Inácio da Silva (PP). O vereador José Sobrinho se absteve de votar, assim como o próprio Kirrarinha.

Entre os vereadores de Pontes e Lacerda, as imagens da agressão eram satisfatórias e suficientes para condenar Lourivaldo Kirrarinha por falta de decoro parlamentar. “Ele envergonhou o Legislativo e a nossa cidade” – disse um vereador.

Ao deixar o Cisc, onde era ouvido pela Policia num caso envolvendo ocupação de uma área, Kirrarinha não se conteve ao silêncio diante da pergunta da jornalista e a agrediu com um tapa. Márcia foi ao chão e o vereador seguiu caminhando normalmente para fora do local de segurança pública – o que deixou a população revoltada por entender que o vereador deveria ter sido preso naquele momento.

Com a cassação de Kirrarinha, a vaga no legislativo municipal deve ficar com o suplente Paulo Roberto, o Paulinho Tocha, do PPS.