Semana: Puccinelli perde aliados para Zeca e aluguel de avião pode acabar na Justiça

Na reta final, PMDB e PT brigam por siglas; prefeito e Câmara se estranham: “eles [vereradores] tem é que sujar o sapato ao invés de ficar no ar condicionado fazendo leis”

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Na reta final, PMDB e PT brigam por siglas; prefeito e Câmara se estranham: “eles [vereradores] tem é que sujar o sapato ao invés de ficar no ar condicionado fazendo leis”

Mesmo após as convenções partidárias, os grupos de André Puccinelli (PMDB) e Zeca do PT continuaram a disputa por partidos políticos para fortalecer suas coligações, briga que terá fim na segunda-feira, dia 5, data final para registrar as candidaturas no TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral) de Mato Grosso do Sul. No dia seguinte, estará aberta a campanha eleitoral e, conseqüentemente, o embate mais esperado da política estadual.

Puccinelli que se viu em uma situação confortável por ter ao seu lado 16 partidos políticos sofreu baixas nesta semana. Primeiro perdeu o PSDC que estava fechadíssimo até se desentender e mudar de lado. Pediu abrigo no grupo de Zeca do PT e participará da aliança com petistas.

Depois foi o PSC que trocou a aliança com Puccinelli por uma vaga de suplente de senador. Pedro Chaves representará o partido na primeira-suplência do senador Delcídio do Amaral (PT). O PMDB não engoliu a atitude.

A sigla questiona a possibilidade legal de Chaves que estava na presidência da Junta interventora da Santa Casa ocupar a suplência. Para o partido do governador, Chaves deveria ter deixado o cargo seis meses antes das eleições, mas como não o fez não pode concorrer.

O PSC, por sua vez, diz que não há irregularidade visto que fez uma ampla consulta jurídica que confirmou o nome de Chaves. O argumento é de que ele estaria no comando de uma entidade privada não do Poder Executivo.

Com a chegada do PSDC e PSC, Zeca irá às eleições com nove partidos em sua coligação.

Confusão eleitoral

Além da disputa entre Puccinelli e Zeca por partidos, a semana trouxe ainda outra bola de confusão para as coligações locais. Ao responder uma consulta, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) definiu candidatos a governador, vice e senador não poderiam exibir imagens de candidatos à Presidência ou seus aliados caso sejam adversários na disputa pelo Palácio do Planalto. Assim, Puccinelli não poderia receber José Serra (PSDB) em seu programa eleitoral e nem Zeca usaria imagens de Dilma Rousseff (PT).

Com medo de perder tempo de propaganda nas campanhas regionais, o PT nacional chegou a anunciar uma orientação que também gerou controvérsias. Sugeriu aos diretórios regionais que rompessem com partidos aliados que tivessem outros candidatos à presidência da República.

De pronto, o PT regional informou que tal orientação não atingiria a aliança local com o PV que indicou a candidata a vice-governadora na chapa de Zeca, a advogada Tatiana Ujacow.

Na verdade, o próprio TSE ainda não referendou a resposta e promete reexaminá-la em agosto. Dependendo da decisão do órgão, o PT pode ter que fazer valer sua orientação, mas se restringirá aos grandes centros e aos estados onde não prejudicar os candidatos a cargos majoritários.

A candidata à presidência do PT, aliás, tem preferência na bancada federal do Estado. Um levantamento feito nesta semana pelo Midiamax apontou que a maioria dos congressistas prefere Dilma a Serra.

Dos 11 parlamentares federais de Mato Grosso do Sul, seis declararam apoio à petista, dois pedirão votos para o tucano José Serra, dois estão indecisos e um não revelou como se posicionará. Entre os senadores, a petista conta com Delcídio do Amaral, também do PT, e Valter Pereira, do PMDB. Apenas Marisa Serra (PSDB) está com Serra.

Na Assembleia Legislativa, a situação se inverte. Dos 24 parlamentares estaduais, 15 estão com Serra, oito com Dilma e um com Marina Silva, candidata do PV à presidência da República.

A polêmica do Avião

Ainda nos limites da Assembleia, outro fato marcou a semana no meio político. A licitação de empresa de fretamento de aviões para transportar os deputados estaduais que começou de maneira estranha continua dando problemas.

A mesma empresa que conseguiu impugnar a primeira data marcada para realização do pregão (foram constatadas irregularidades no edital) ameaça ir à Justiça contra o resultado do certame finalmente realizado no dia 1º de julho.

A Amapil Taxi Aéro foi desclassificada por supostamente ter chegado minutos atrasada ao início da licitação. A MS Taxi Aéreo saiu vencedora, mas a Amapil estuda contestar o resultado judicialmente.

Em pleno ano eleitoral, a contração do serviço gerou polêmica e não custará preço de banana. O contrato vai prever o desembolso de R$ 1,2 mil por hora de voo em um avião bimotor convencional e R$ 5,3 mil por hora de voo no bimotor turbo hélice.

Prefeito X Câmara

A semana foi marcada ainda pela irritação do prefeito de Campo Grande Nelsinho Trad (PMDB) com a Câmara da Capital. Vereadores, liderados pelo presidente da Casa, Paulo Siufi, se movimentam contra a não fiscalização do cumprimento de leis municipais.

Através da imprensa, Nelsinho pediu aos vereadores que mudem de atitude. “Os vereadores têm que ir para os bairros, sujar os sapatos e deixar de lado o ar condicionado, onde ficam só fazendo leis. Leis nós já estamos cansados de ter”.

A Câmara respondeu com uma atitude que partiu da vereadora petista Thais Helena. Os vereadores farão um levantamento aprofundado sobre leis que não saíram do papel e emendas aprovadas ao Orçamento da Capital que a prefeitura não atendeu. “Ela deveria sujar o pezinho dela nos bairros”, devolveu o prefeito garantindo que tem sim atendido às emendas parlamentares ao Orçamento. 

Colaboraram: Celso Bejarano, Jacqueline Lopes e Liziane Berrocal

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