Semana: com dissensões, PMDB dá partida e no Senado, Valter Pereira repudia ataque ao Midiamax

Puccinelli não consegue unir grupo político em torno da campanha de Serra

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Puccinelli não consegue unir grupo político em torno da campanha de Serra

O grupo do governador André Puccinelli (PMDB) deu ontem o pontapé inicial para uma campanha eleitoral histórica em Mato Grosso do Sul. Ele vai enfrentar Zeca do PT com a ajuda de 15 partidos, além do seu, numa campanha milionária (com teto de R$ 30 milhões para tentar a reeleição) e estruturada.

Porém, o grupo do governador não tem unidade no que diz respeito às eleições presidenciais. Pelo menos quatro dos partidos aliados apoiarão Dilma Rousseff (PT) enquanto Puccinelli fará campanha para José Serra (PSDB).

O prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, já tinha uma posição conhecida, mas nesta semana foi enfático, não sobe mesmo no palanque de Serra e pedirá votos para Dilma “no chão”. Junto com ele estará o vice-prefeito, Edil Albuquerque.

Quem também sinalizou posição contrária a do governador foi o deputado federal Geraldo Resende. Ele revelou que está mais para Dilma que para Serra. Deseja prestigiar Michel Temer, presidente nacional do PMDB e da Câmara Federal, que foi solidário quando ele enfrentou processo por infidelidade partidária após deixar o PPS.

Puccinelli insistirá para que o PMDB se una na eleição presidencial. Quer todos os correligionários no palanque de Serra, meta cada vez mais difícil de alcançar uma vez que Dilma cresce nas pesquisas de intenção de voto.

Pesquisa Ibope divulgada na quara-feira, dia 23, mostra a candidata do PT com 40% e o candidato do PSDB com 35% na corrida eleitoral pela Presidência da República. Marina Silva (PV) tem 9% das intenções de voto.

O crescimento de Dilma, aliás, é uma das apostas dos petistas para alavancar os índices de Zeca do PT que tentará ser governador pela terceira vez. Para os petistas, o “fator Dilma” servirá de motivação à militância.

“Antes tínhamos somente o fator Lula – governo federal e partidos da base de sustentação. Agora já podemos dizer que temos também o fator Dilma. À medida que avança nas pesquisas, ela leva consigo toda a expectativa política e social do eleitorado, que está disposto a votar para dar continuidade ao governo Lula”, analisa Vander Loubet.

Zeca que terá ao seu lado menos da metade dos partidos que apoiarão Puccinelli esclareceu que não entraria em “leilão” para ganhar o apoio de quem que fosse. Vai à luta com quem estiver disposto a defender seu projeto por acreditar nele. O petista mantém mistério sobre o nome da candidata a vice, mas revela que a indicação deve caber ao Partido Verde.

Midiamax no Senado 

A semana foi marcada ainda por um pronunciamento na tribuna do Senado feito pelo senador Valter Pereira (PMDB) sobre o ataque fraudulento que deixou o Midiamax fora do ar por quatro dias, na semana passada.

Em sua fala, que durou cerca de 15 minutos, o parlamentar prometeu “acompanhar atentamente o caso”, e cobrar do Ministério da Justiça e da Polícia Federal “uma profunda investigação”, para descobrir “aqueles que estão por trás desse ato criminoso, não só contra o Midiamax, mas contra a imprensa brasileira”.

Valter Pereira iniciou seu discurso citando as censuras à imprensa impostas em países como Coréia do Norte, China e Venezuela. “Os inimigos da livre circulação das ideias e da informação passam a usar as armas da pirataria que são manejadas hoje por hackers, verdadeiros criminosos, invisíveis e destrutíveis”, narrou o senador.

A partir daí, o parlamentar detalhou o episódio sofrido pelo Midiamax. “E foi exatamente isso o que aconteceu recentemente com um dos maiores portais de noticias de toda a região centro-oeste, a Midiamax ou Midiamaxnews, sediada em Campo Grande. Delinquentes do cyberespaço perpetraram um duro ataque a ele e o tiraram do ar por quase uma semana”.

Na sequência, o senador revelou no discurso que os técnicos dos datacenters do Rio de Janeiro e de Nova Iorque, provedores do serviço de Internet ao Midiamax, descobriram, assim que site foi tirado do ar, que os conteúdos originais do jornal haviam sido apagados.

A polícia federal do Rio de Janeiro já está investigando o ataque. O datacenter onde o jornal está hospedado fica na capital carioca.

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