Esta é uma das matérias apagadas fraudulentamente.

 
Documento some em licitação na Assembleia Legislativa; Empresa barra pregão para aluguel de avião na Casa de Leis; Murilo Zauith desiste de concorrer ao Senado; Edil Albuquerque rompe com André Puccinelli; Governador declara apoio a Serra; Nelsinho mantém apoio a Dilma. A semana foi marcada por turbulências e definições no cenário político estadual.

Na Assembleia Legislativa, o problema se deu na sala de licitações na segunda-feira, dia 7. Um documento desapareceu da Casa de Leis, segundo empresa participante de certame para contratação de serviços de impressão e xerox.

A empresa Futura foi desclassificada pois, segundo a comissão de licitação, não apresentara atestado de vistoria da empresa. Mas, segundo o representante da firma, o laudo de vistoria havia sido entregue na semana anterior à diretoria da Assembleia que, por sua vez, negou ter ficado com tal papel.

Horas antes, outro pregão foi contestado e acabou impugnado a pedido de empresa participante. A Assembleia marcara para as 9 horas licitação para contratar empresa especializada no “fretamento de aeronaves” para atender deputados estaduais. Minutos antes do início, porém, a Amapil Taxi Aéreo conseguiu impugnar o certame.

O motivo da impugnação administrativa seria a inobservância da lei federal no edital do pregão. Faltou constar do edital a Lei Complementar 123 que beneficia micro e pequenas empresas. Agora, a comissão de licitação vai corrigir o edital e remarcar o pregão.

O objeto da licitação – aluguel de avião em pleno ano eleitoral – gerou polêmica nos corredores da Casa de Leis. Mas, os deputados, com poucas vozes contrárias, defendem a iniciativa da Mesa Diretora.

A justificativa publicada em Diário Oficial dá conta de que os deputados precisam da aeronave para desempenhar “ações institucionais” no interior do Estado. Os parlamentares defendem que a Casa deve criar regras para evitar o uso eleitoral da aeronave.

No dia seguinte à impugnação para a licitação do avião, outro pregão definiu a contratação da empresa Giganews para prestar serviços de locação e assistência técnica de microcomputadores. No certame, a única empresa concorrente, foi desclassificada e nem reclamou.

O Parlamento sul-mato-grossense gastará somente nos próximos 12 meses, período de vigência do contrato, R$ 426.360,00 com o aluguel dos computadores. O valor referencial das propostas era de R$ 448.800,00.

Fora dos limites da Assembleia, foi o governador André Puccinelli quem teve uma semana complicada, porém, definitiva. Por pouco não perde o vice-governador Murilo Zauith e o vice-prefeito Edil Albuquerque.

O vice-governador anunciou desistência de concorrer ao Senado. Por tabela, Edil que seria seu suplente foi pelo mesmo caminho e, pior, anunciou rompimento político com Puccinelli.

Murilo ficou furioso quando soube de declaração de Puccinelli segundo a qual seriam eleitos senadores nas eleições deste ano Waldemir Moka (PMDB) e Valter Pereira (PT), excluindo, portanto, o vice-governador.

Depois de negar as declarações publicadas na imprensa, o governador resgatou os dois parceiros. Se não tivesse conseguido, estragaria o clima festivo do ato político com o presidenciável tucano José Serra, na noite de quinta-feira, no Clube Estoril. Murilo havia ameaçado aproveitar o evento para anunciar publicamente sua decisão.

Mas, no palanque posou para fotos em clima de ‘já ganhou’ com Puccinelli e companhia. O governador, após meses de suspense, declarou apoio a José Serra definindo o cenário eleitoral no Estado.

A atitude de Puccinelli também confirmou a premissa do presidente nacional do PT José Eduardo Dutra, segundo a qual o palanque da petista Dilma Rousseff, em MS, seria o de Zeca do PT. Puccinelli não estaria com a petista. Corretíssimo.

Com a definição de Puccinelli, Serra terá o apoio do PMDB local, mas não por inteiro. O prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, que foi praticamente intimado pelo governador a apoiar o tucano, não cedeu. Ele pretende pedir votos para Dilma Rousseff.

Zeca do PT viajou para Brasília a convite do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva com quem passa o fim de semana e assiste a jogos da Copa do Mundo.

A decisão de Puccinelli, na avaliação dos petistas, abriu caminho para a vinda de Lula ao Estado na campanha de Zeca do PT. O ex-governador quer trazê-lo em julho.

Fechando a semana, dois dias depois de ter declarado apoio a Serra, o PMDB de MS foi a Brasília ajudar o presidente nacional do partido e da Câmara Federal, Michel Temer, a ser indicado vice de Dilma Rousseff.

Incoerência? Não, segundo o PMDB, apenas uma estratégia necessária. Os votos dos delegados sul-mato-grossenses foram garantidos em negociação segundo a qual, a cúpula nacional liberou o diretório local para se aliar a Serra sem incômodos durante a campanha.

A indicação de Michel a vice de Dilma vencera a convenção com 560 votos (84%). Houve também a possibilidade de votar na candidatura própria à presidência de dois dissidentes do grupo pró-Temer. Roberto Requião teve 95 votos (14,3%) e Antônio Pedreira 4 (0,6%). Houve ainda quatro votos foram brancos e dois nulos.