A insistência do deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) para que João Leite Schimidt aceite a prorrogação de seu mandato como presidente do PDT ainda não surtiu efeito. O mandato que é provisório expira no dia 20 de abril. Schimidt mantém o propósito de marcar as eleições internas. “Eu não quero. Da minha parte isso sempre esteve descartado”, mencionou.

Na semana passada, Dagoberto recebeu a equipe do Midiamax para uma entrevista em seu escritório político, na Capital, e confidenciou que já havia convencido a cúpula nacional sobre a importância de se prorrogar o mandato de Schimidt. Contudo, esclareceu que ainda não havia conseguido empolgar o atual dirigente com a possibilidade de prolongar sua gestão no PDT.

“O Dagoberto continua tentando me convencer. Mas, eu ainda vou ver o que é melhor. Por enquanto, o que eu acho é que não estamos no momento oportuno para discutir este assunto”, afirmou. “Eu realmente não quero, mas na vida a gente não faz só o que quer”, completa.

Presidente de honra do partido, Schimidt já estava afastado do trabalho na legenda quando foi convocado pela cúpula nacional para assumir a presidência da sigla provisoriamente, no ano passado, após deposição do então presidente, deputado estadual Ary Rigo.

Na ocasião, Schimidt aceitou a missão, mas com a condição de que só ficaria no posto até o partido “passar pela tempestade”. Depois, convocaria as eleições internas. A intenção era realizar o pleito interno no mês de abril. Ele ainda prefere as eleições.

Como se sabe, Dagoberto Nogueira que foi quem provocou a deposição de Rigo não quer se candidatar a presidente do PDT. Pré-candidato ao Senado, Dagoberto argumenta que, neste ano, estará totalmente envolvido na campanha eleitoral sem tempo para comandar do partido. Além do mais, ele não quer descuidar das suas atribuições de deputado federal.

Assim, o principal problema pelo qual passa Schimidt é encontrar um nome para concorrer à presidência. Além da resistência de Dagoberto, Schimidt enfrenta ainda a marcação dos remanescentes do grupo de Rigo. Liderados pelo vereador Loester Nunes, eles querem montar uma chapa para concorrer às eleições internas se elas realmente forem marcadas. Loester nunca se conformou com a intervenção na legenda por considerá-la anti-democrática.

A briga entre os grupos de Rigo e Dagoberto no ano passado teve como pano de fundo as eleições de outubro deste ano. O primeiro era simpatizante da reeleição de André Puccinelli (PMDB) enquanto que o deputado federal preferia conduzir a sigla a uma aliança com Zeca do PT.

A disputa interna acabou com a deposição de Rigo. O PDT fechou apoio aos petistas como queria Dagoberto e deve confirmar esta posição em convenção no mês de junho.