Policiais do Batalhão de Choque estão sendo investigados após a Polícia Militar instaurar inquérito Policial Militar para apurar as circunstâncias de um acidente que vitimou uma adolescente, de 16 anos, durante uma perseguição a motociclistas na região do bairro Pioneiros, em

O acidente aconteceu no dia 10 de fevereiro na Avenida Senador Antônio Mendes Canale, às 23h57, conforme as imagens de câmeras de segurança.

A adolescente estava na garupa da motocicleta do namorado, de 21 anos, quando, por eles, passaram vários motociclistas. A mãe da menina disse ao Jornal Midiamax, que o casal seguia sentido bairro-centro quando a motocicleta foi atingida pela viatura policial que seguia no mesmo sentido enquanto fazia acompanhamento tático de outros motociclistas que estavam em ‘rolezinho'.

Com o impacto, o casal foi lançado no chão e ficou imobilizado na via. Os dois foram socorridos pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) até a Santa Casa. 

O namorado da vítima disse na delegacia que, após a menina ser socorrida, uma viatura voltou ao local e os policiais desentortaram o guidão da motocicleta da vítima e foram embora.

A situação deixou a mãe da adolescente revoltada. “Não prestaram socorro, eles voltaram depois de alguns minutos quando minha filha já tinha sido socorrida em estado grave para Santa Casa”, reclama a mãe que disse não ter tido nenhum suporte e não foi procurada para ver se a filha precisava de ajuda. 

Ela contou que a menina ficou um mês internada, chegou a fazer enxerto, ficou uma semana entubada, fez três cirurgias no braço esquerdo. A suspeita é que com o atropelamento ela teve o braço esmagado. 

A adolescente teve alta no dia 8 de março, porém ainda não tem movimentos nem sensibilidade no braço. “Teve que tirar safena da perna para colocar no braço, porque tinha praticamente perdido. Eles conseguiram recuperar para não amputar, mas ela ainda não tem movimentos”, lamenta a mãe.

Adolescente teve o braço esmagado, parte dele necrosado e perdeu os movimentos. (Leitor Midiamax)

A mulher explicou que precisou entrar na Justiça para conseguir um tratamento para que a filha volte a ter sensibilidade no braço e ainda aguarda resultado. “Ela precisa de um tratamento e cirurgia no nervo periférico para voltar o movimento no braço e voltar a sentir a mão porque se ela não operar dentro de um ano, vai atrofiando e aí não volta mais”.

Ainda segundo a mãe da vítima, o namorado da filha não tinha habilitação e nem assim, os policiais registraram ocorrência ou solicitaram socorro ou reforços. O registro feito pela polícia, segundo a mulher, ocorreu após ela procurar o Batalhão de Trânsito.

No laudo do hospital consta que a jovem está com monoparesia, que é perda parcial das funções motoras e músculo enfraquecido.

A jovem agora está sem estudar, e, além disso, a mãe também teve que sair do serviço para cuidar exclusivamente da filha. “Só fiquei com meu trabalho da noite e a faculdade de manhã. Outros familiares ajudam a cuidar nesse tempo”, afirma.

Com medo de não conseguir o tratamento adequado, a mulher pede ajuda para conseguir fisioterapia e conseguir na Justiça o tratamento adequado. “Queria um parecer rápido, ela tem chance de voltar o movimento no braço, só que tem prazo”, disse.

Em nota, a Polícia Militar informou que na data do fato a equipe estava realizando acompanhamento tático e abordagem de um grupo de motociclistas que estava dirigindo de forma perigosa na via e realizando manobras que colocavam pessoas e veículos em risco. “Sobre o possível acidente, foi instaurado um Inquérito Policial Militar, que ainda está em andamento no aguardo de laudos periciais, para se poder aferir as reais circunstâncias de todo o caso, e atestar eventuais responsabilidades no caso”, afirma.