O motorista do Peugeot que atropelou e matou o motociclista Bruno Wender de Lima, de 30 anos, na BR-262, em Campo Grande, na noite de terça-feira (23) teve a liberdade concedida durante audiência de custódia nesta quinta-feira (25).

Conforme decisão da juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, o autor tem primariedade, bons antecedentes, possui residência fixa e trabalho lícito. “Não há indícios de que a colocação do custodiado em liberdade poderá prejudicar o andamento da instrução criminal ou a aplicação da lei penal futura”.

Em depoimento, o condutor contou que saiu do trabalho às 11h daquele dia e foi para a casa de um amigo onde consumiu bebida alcoólica. Por volta das 19h, pegou o carro desse amigo para ir embora para casa, quando após uma ultrapassagem colidiu na traseira da motocicleta que, segundo ele, estava sem sistema luminoso. Disse ainda que após o acidente aguardou a chegada da polícia.

Consta no auto de prisão em flagrante de que há vários indícios de que o suspeito estava em alta velocidade, principalmente o dano profundo na frontal do veículo, mesmo tendo colidido na parte de trás da motocicleta e a distância em que foi encontrado o corpo.

A vítima foi arrastada por 97 metros. A motocicleta ficou presa ao veículo, que só parou 500 metros após a colisão.

Acidente

O acidente aconteceu no km-363 da rodovia por volta das 18 horas, quando o motorista que estava em um Peugeot acabou atropelando o motociclista que sofreu fraturas nas duas pernas, escoriações na cabeça e costas, sendo arrastado por 97 metros pelo carro.

O carro e a moto seguiam sentido Indubrasil. A pista ficou parcialmente interditada pela PRF (Polícia Rodoviária Federal). O motorista foi preso em flagrante e o teste do bafômetro indicou embriaguez ao volante.

Ele foi levado para a delegacia onde permaneceu preso até a audiência de custódia.

Exemplo de funcionário

Divorciado e pai de duas crianças, um casal de 7 e 4 anos, o motociclista Bruno tinha o sonho de dar o melhor para os filhos. Soldador há dois anos em uma empresa de pré-fabricados em concreto, na saída para Sidrolândia, ele voltava do serviço quando o acidente aconteceu, a alguns metros de casa.

Ele é lembrado como exemplo de funcionário e um dos melhores da empresa, conforme detalhou o patrão da vítima, Tiago Augusto Brandão Cardoso, diretor-executivo, 32 anos. Segundo Tiago, Bruno era reservado e muito profissional. “Ele era sistemático, bem responsável. Não tenho do que reclamar, um ótimo profissional, nunca faltou ou chegou atrasado e cresceu muito na empresa. Era dedicado a aprender. Estávamos até conversando que daqui a dois ou três anos ele seria um dos melhores na área de montagem”, lembrou.

Muito educado, Bruno sempre agradecia pelo salário e comemorava quando havia aumento na produção, já que receberia melhor e consequentemente poderia dar mais coisas aos filhos, que passavam os finais de semana com ele.