“Ele gritava: pelo amor de Deus, não me deixa morrer, eu amo meus filhos”. É assim que o policial penal federal Rafael Pires, 29 anos, se lembra dos 25 minutos de atendimento em que conseguiu salvar a vida do caminhoneiro Alessandro Garaffa, 35 anos, na noite desta segunda-feira (20). O acidente ocorreu em uma curva na , na Serra de Maracaju. O caminhoneiro foi socorrido estável.

Rafael Pires e a esposa, Bavaresco, 25 anos, haviam saído de Bonito, com destino a Campo Grande. Tudo parecia normal, até passarem de e subirem pela Serra de Maracaju, na BR-060. “Ouvimos gritos de socorro e paramos o carro, quando já peguei meu kit de primeiros-socorros”, lembra Rafael. Alessandro estava caído na beira da estrada e o caminhão que ele conduzia, com 30 toneladas de ração para gado, havia caído em uma ribanceira.

“Procurei um sangramento, quando encontrei na cabeça e no pescoço, então passei a estancar”, explica Rafael. O conhecimento de primeiros-socorros veio do curso APH (Atendimento Pré-Hospitalar) Tático oferecido pela polícia. “Se não fosse a polícia, eu não tinha salvado a vida dele”, disse Rafael.

'Não me deixe morrer': caminhão cai em ribanceira e motorista é salvo por policial; assista
Maiara e Rafael conversaram com o Jornal Midiamax. Foto: Leonardo de

Após estancar os ferimentos de Alessandro, com o auxílio da esposa, Rafael conta que começou a procurar fraturas e outros sangramentos no corpo. “Ele se queixava muito de dores na perna esquerda e o tórax estava inchado”, disse Maiara.

Alessandro estava desesperado. “Ele gritava pelo amor de Deus, não me deixa morrer, eu amo meus filhos”, conta Rafael. No momento, o policial afirma que não se desesperou. “Pensei, vou fazer o melhor para que ele se mantenha vivo”, afirmou. Enquanto faziam pressão no sangramento, o policial manteve contato, conversando com o caminhoneiro. “Fiquei conversando para que não entrasse em choque”, relatou ao Jornal Midiamax.

Foram entre 20 e 25 minutos de atendimento no local. Alessandro foi socorrido estável e está internado. Ele deve passar por avaliações, pois tem suspeita de fratura na clavícula, quatro costelas fraturadas e uma leve lesão na coluna. “Me senti forte, pude fazer a diferença, salvei uma vida e isso não tem preço. Ele vai poder voltar para os filhos”, comemorou Rafael.

A esposa, que auxiliou Rafael afirma que sempre o acompanha nos cursos. “Nos que são permitidos eu acompanho, em casa ele me passa instrução se um dia precisarmos, como foi o caso de ontem”, destacou.

Acidente

Alessandro saiu de Campo Grande nesta segunda-feira (20) com uma carga de 30 toneladas de ração para gado. Ele tinha como destino a cidade de Bela Vista. Conforme informado para a reportagem, Alessandro não é o proprietário do caminhão, mas trabalha desde os 19 anos como caminhoneiro.

Luiz Felipe, diretor da Macal – Soluções em Nutrição, empresa para quem o caminhoneiro prestava serviço, afirmou que seria a primeira vez que Alessandro pegou esse frete e desconhece os motivos do acidente. O caminhão tem capacidade para 32 toneladas, mas estava com 30 e teria caído na ribanceira ao passar por uma curva. (Colaborou Thatiana Melo)