Motoristas e pedestres abusam da sorte e cometem irregularidades 

Mesmo com devida sinalização, muitas vias de Campo Grande são reincidentes quando o assunto é acidentes de trânsito. Nas faixas exclusivas para pedestres, onde não existem semáforos e a cordialidade é que define o fluxo da via, o problema aumenta mais ainda. Motoristas e pedestres abusam da sorte e praticam irregularidades perigosas.

Na manhã de sábado (16), uma mulher morreu depois de ser atropelada na Avenida Gury Marques, enquanto estava parada antes da faixa para que pedestres atravessassem a via. Ela foi atingida por uma caminhonete.

Na tarde desta segunda-feira (18) estivemos no local e o cenário em nada mudou. O que se viu, foram motoristas ignorando o pedido de passagem de pessoas, enquanto pedestres arriscavam travessias perigosas fora da faixa.

“Infelizmente ninguém repeita, quem quer atravessar fica bem uns três minutos parado balançando o braço”, afirma o administrativo Aloísio Balieiro, de 52 anos. Ele conta que outra dificuldade é que nem sempre o respeito parte de todos os motoristas.

“Tem uns motoristas que até param, mas os de trás não. Por causa disso já vi 3 ou 4 acidentes acontecerem”, explica.

Na Avenida Afonso Pena, principal da Capital, o desrespeito é ainda mais acentuado. Em pouco mais de 15 minutos presenciamos uma série de irregularidades, abuso as leis de trânsito e até mesmo uma batida.

O frentista Márcio Messeias, de 26 anos, trabalha em um posto de gasolina na Afonso Pena entre a Avenida Ernesto Geisel e Rua Calógeras. Por lá, infrações e acidente já se tornaram comum no dia a dia de quem convive com o fluxo da via. “Aqui tem muito acidente, o pessoal não respeita”, relata.

Para Márcio, uma das opções que amenizaria o problema é a instalação de quebra molas ou qualquer outro tipo de sinalização em pontos estratégicos. “Até que tem sinalização, mas está muito em cima, deveriam colocar um pouco mais afastado”, finaliza.

A desculpa mais comum entre aqueles que desrespeitam as leis de trânsito e dão aquela ‘escapadinha’ é a pressa. Pelo menos é o que diz a operadora de caixa Karina dos Santos, de 33 anos, logo depois de fazer uma travessia arriscada, a poucos metros da faixa de pedestre.

“Junta a preguiça e um pouco da pressa e aí já viu né, além disso os motoristas não respeitam, a gente aponta a mão e eles não param, então temos que dar um jeito”, afirma.

De acordo com a Agentran (Agencia Municipal de Transporte e Trânsito) é imprescindível que todos sigam as normas do Código Brasileiro de Trânsito.

Segundo o diretor, Elidio Pinheiro, o motorista deve sempre respeitar a velocidade permitida da via, e nos locais de travessia de pedestres, estar ainda mais atento em baixa velocidade. Ele explica que se existe travessia é porque no local, há uma demanda grande de pedestre.

Já o pedestre deve estar atento ao fluxo de veículos nas faixas visando sua segurança e, quando quiser atravessar, deve sinalizar e se assegurar que foi visto pelo motorista.

Elidio complementa que as placas de sinalização indicando travessia de pedestre foram alteradas para um local mais alto (em colunas/postes) facilitando a visualização do motorista, sendo refletivas.

O diretor acrescenta que a Agetran está com uma ação de reforço da sinalização de faixa de pedestres em diversos pontos da cidade.
Para denúncias e sugestões/reclamações, a Agetran mantém o telefone com whatsapp – 9182-2677.