Mudanças na sinalização prejudicam fluxo de veículos

Conversões, retornos, falta de estacionamento, estes são apenas três dos inúmeros problemas que dificultam a vida de condutores e pedestres em Campo Grande. A Capital passou e ainda passa por modificações no trânsito, no entanto, o que era para facilitar o tráfego dos campo-grandenses, tornou-se um grande problema para moradores e comerciantes.

Um exemplo de alteração no trânsito, que ainda confunde muita gente, é a conversão da Rua Ceará para a Avenida da Capital, na região norte de Campo Grande. Até pouco tempo atrás, a conversão era livre à direita, agora, quem pretende entrar na Avenida precisa esperar o semáforo abrir. Segundo o caixa de um estabelecimento comercial da região, Alexandre Gutierres, de 22 anos, a mudança tem sido motivo de estresse para os condutores.

“Acho que ficou pior agora porque não tem nenhum motivo para o condutor ter de parar ali. Muita gente buzina porque não percebeu que não é mais livre para fazer a conversão”, afirma. O gesseiro, Cássio Rocha da Silva, de 47 anos, diz que o trânsito ficou pior depois da alteração. “Atrapalhou o fluxo dos veículos”, declara.

O auxiliar de mecânico, Valdir Cardoso de Oliveira, de 38 anos, considera a mudança desnecessária. “Os motoristas não respeitam, ainda querem virar sem que o sinal esteja aberto e os que estão na frente e param são atormentados pelos condutores que estão atrás e querem virar. Desde que mudou já teve pelo menos uns três acidentes porque ninguém respeita e isso complica para o pedestre”, destaca.

Comerciantes da Vila Palmira, na região oeste da Capital, dizem que o comércio é prejudicado pelo trânsito. Segundo o empresário Edilson Paulon, de 48 anos, as mudanças no trânsito na Rua Júlio de Castilho, complicaram o acesso dos condutores à Rua Yokoama, que é mão única até a Palestina.

“O trânsito não flui e depois que esse trecho virou mão única, quem está na Avenida Júlio de Castilho, não tem como entrar na Rua Yokoama. Isso é ruim, quebrou o comércio porque os clientes não querem dar toda uma volta para chegar aqui. O meu principal concorrente é o trânsito e estou até pensando em entregar o meu ponto”, relata.

Morador da região, Antônio Marcos, de 43 anos, diz que a proibição da conversão da Júlio de Castilho para a Rua Yokoama sobrecarregou o trânsito nas ruas paralelas. “Aumentou o fluxo de veículos e consequentemente a quantidade de acidentes porque as ruas são estreitas, não comporta o movimento e não há como estacionar nessas vias”, ressalta.

A comerciante Cristiane Prudente, de 50 anos, também reclama do trânsito na região. “Ficou muito complicado e o pior é que o condutor não respeita e continua virando onde não pode. Qualquer hora teremos um acidente grave porque os motoristas fazem a conversão sem nenhuma cautela. Ficou tudo muito confuso no trânsito e não tinha necessidade de deixar esse trecho como mão única”, observa.

Marco Aurélio dos Santos, de 46 anos é dono de um estabelecimento comercial na Rua Jerusalém, ele diz que perdeu clientes por conta da dificuldade de acesso ao seu estabelecimento. “Ficou muito estranho, quem vem da Júlio de Castilho não consegue acesso fácil ao bairro e prejudicou muito o comércio, diminuiu o número de clientes”, frisa.

Outro ponto crítico é o cruzamento entre as avenidas Júlio de Castilho e Presidente Vargas, também na região oeste da Capital, onde a conversão é proibida, no entanto, o fato é ignorado pelos condutores, como relata a comerciante Ariane Farias, de 29 anos.

“Aqui tem muitos acidentes. Ninguém respeita e falta sinalização. Antigamente tinha uma placa, mas tiraram e ninguém respeita mais nada”, pontua.

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax, entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura, para saber se há algum projeto para melhorar o trânsito nas regiões mencionadas e foi informada de que o questionamento foi encaminhado para a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e será respondido assim que tiverem retorno.