Gasto com e é de R$ 100/mês 

Chegar mais rápido no serviço, gastar menos, não enfrentar ônibus lotado… São muitos os motivos pelos quais as pessoas escolham as motos. Quem anda em diz que o custo-benefício de andar de moto compensa. 

A atendente de telemarketing Estefani Menezes, de 18 anos, está tirando a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) para, daqui uns meses, comprar uma moto. Ela mora perto do Shopping Bosque dos Ipês, e trabalha na Vila Rica, e quer o veículo pela agilidade. “Eu mal vejo a hora de terminar de tirar a carteira para comprar uma moto porque vai ser muito mais rápido. De ônibus é demorado demais”. Estefani disse que de ônibus demora cerca de uma hora para chegar em casa, enquanto de moto menos de 30 minutos.

Alisson Menezes, de 33 anos, trabalha nos Correios e tem uma Biz. Ele acredita que há dois problemas em andar de ônibus: o preço e o tempo. “O valor é muito alto. O tempo de espera em Campo Grande é muito grande. Você demora para chegar ao ponto, para esperar o ônibus, e para chegar em casa. Não temos , como em outras capitais, mas o ônibus demora para chegar”, lembra.

Segundo ele, o gasto com gasolina é de R$ 60,00 por mês. “Enquanto de ônibus eu gasto R$ 3,25 por passagem, com a moto eu ando quase 40 km com um litro de gasolina (em média R$ 3,30). Com R$ 3,25 (da passagem), eu vou e volto do serviço dois dias. É muito mais em conta”, disse.

A escolha da agente de atendimento Michele Cecília, de 29 anos, foi pela comidade. “De moto eu posso ir onde eu quero, e não apenas nas linhas do ônibus. Também posso sair no fim de semana, ir no mercado no caminho de casa, coisas que eu não faria se fosse de ônibus. O na cidade é cheio, quente, cansativo, sempre tenho que andar em pé no ônibus, dificilmente pego banco”, explica.

Michele paga R$ 225 por mês de parcela e R$ 75,00 de gasolina, mas divide com o marido, que também usa o veículo. “Tem dias que eu venho com uma amiga, nós dividimos a gasolina, outros dias meu marido me traz. O gasto é de 12 reais na semana e em duas pessoas. O tempo também de chegar em casa é a metade do que se eu fosse de ônibus”, destaca ela.

A atendente Silvana Romero, de 30 anos, já quitou o veículo, gasta apenas com a gasolina e manutenção. Para ela, “o gasto é pequeno em comparação ao valor do ônibus”, cita.

“Poupa tempo andar de moto. É muito mais rápido e econômico. O tempo que eu gasto andando de ônibus é muito maior que de moto, além de que o ônibus é cheio”, afirma a agente de faturamento, Leia Ollag, de 42 anos, que gasta cerca de R$ 100,00 por mês com a manutenção e gasolina da moto para ir e voltar do serviço e da faculdade.

Mesma opinião tem o operador de telemarketing Marcos Dionísio, de 38 anos. “Mesmo com os gastos com o moto, como gasolina, troca de óleo e pneu, ainda sim, compensa andar de moto ao invés de andar de ônibus. O que compensa mesmo é o preço e a agilidade”, ressalta.

Quanto custa?

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax foi em uma mecânica da cidade saber os gastos para manter uma moto. De acordo com o vendedor Roni Carlos Camargo, de 30 anos, os gastos não são muitos.

A cada 3 meses é preciso fazer uma manutenção na faixa de freio e troca de transmissão, o que custa R$ 100,00. Uma vez por semestre o veículo precisa passar por revisão, R$ 90,00. A troca de óleo é feita a cada mil quilômetros, cerca de R$ 15,00.

Segundo ele, um pneu dura quase um ano, dependendo do quanto a pessoa usa o veículo. O dianteiro sai por R$ 75,00 e o traseiro R$ 100,00.

Com isso, em um ano quem tem moto pode gastar com manutenção e revisão R$ 380,00. Isso significa, um gasto de R$ 31,7 por mês, se somado a gasolina, que colocamos uma média de R$ 60,00, o total ao mês é de quase R$ 100, ainda mais barato que andar de ônibus, que sai R$ 156,00 (seis dias na semana, ida e volta). 

Para comprar uma moto é preciso desembolsar em média R$ 7 mil, e o IPVA (Imposto sobre propriedade de veículos automotores) corresponde a 2% de seu valor. 

Vale ressaltar que para tirar a CNH o gasto não é pouco. A equipe de reportagem do Jornal Midiamax ligou em três Auto Escolas, e o valor era de no mínimo R$ 870,00 e no máximo R$ 1.100,00, isso para a carteira A e B, porque apenas para moto o valor ficava apenas R$ 100,00 mais barato, o que para muitos não compensa.

O perigo nas ruas da cidade é que muitos andam sem carteira, sem dar atenção as leis de trânsito, até causando acidentes. 

Acidentes

Alisson Menezes nunca sofreu acidente grave de moto, mas entende que é preciso cautela. “Os tombos acontecem. O nariz é o airbag. Vai da conduta de cada um. Tem que ter prudência”, disse ele.

Muitos não tem a sorte de Alisson. Na Santa Casa de Campo Grande, 80% dos atendimentos na ortopedia são de vítimas de acidente de trânsito envolvendo motos. São realizadas, em média, 2,5 mil cirurgias por mês, destas 1,2 são ortopédicas. De janeiro a outubro foram 5.358 atendimentos a vítimas de acidentes de trânsito, destes, 584 envolvendo motos.