“Transitávamos no mesmo sentido (bairro-centro), ele estava na minha frente. Na curva ele tentou fazer uma conversão à esquerda, mas como vinham dois carros no sentido contrário, ele voltou para a pista, deveria ter parado e esperado para fazer a conversão, foi uma fatalidade”.

Diz Ronaldo Aparecido Paes, 39, motorista de uma caminhonete S-10, que colidiu com uma moto Suzuki, num acidente que vitimou a funcionária pública Khédma Karim de Souza, de 32 anos, que morreu horas depois na Santa Casa, devido a um traumatismo craniano encefálico.

A colisão ocorreu no início da noite deste domingo (16), na Avenida Ernesto Geisel com Rua das Balsas, próximo ao Bairro Estrela do Sul, em Campo Grande. O acidente também envolveu os outros dois veículos que transitava no sentido contrário.

Khédma estava na garupa da moto Suzuki, pilotada por Gilson Mareco de Souza, 32, que sofreu uma fratura na clavícula e também foi levado a Santa Casa.

A servidora pública está sendo velada e será sepultada na manhã desta terça-feira (18), no cemitério do Cemitério do Cruzeiro. A família está muito abalada e inconformada por conta do acidente que vitimou Khédma. Por morarem próximo ao local do acidente, um dos filhos da assistente social chegou a presenciar a mãe ainda com vida no local do acidente. Khédma também deixa outro filho, esse de 5 anos.

Sobre o acidente que vitimou a jovem, o motorista da S-10 diz: “Eu sei que é errado bater na traseira, mas eu pensei que ele ia parar no meio da pista para fazer a conversão. Também dizem que eu estava a 100 km/h, 120 km/h, mentira eu estava a 70 km/h, como eu ia fazer uma curva a 100 km/h? Depois do acidente, eu estava dentro do carro da polícia para evitar confusão, com isso ninguém escutou minha versão”.

“Eu bati na traseira da moto e para não passar por cima deles eu tirei para a outra pista quando eu bati com os outros carros. Estou passado, nem consegui dormir, estou muito sentido pela família da moça”, conta.

“Antes chegaram até a dizer para eu sair do local, eu falei que não, eu não estou bêbado, se eu tivesse bêbado teria ficado na delegacia mesmo, eu tomei duas latas de cerveja de manhã”, argumenta Ronaldo.

O teste de bafômetro apontou 0,26 mg/l de álcool. De acordo com a legislação de trânsito concentração acima ou igual a 0,3 mg/L, comprova a embriaguês. “Eu também não recebi nenhuma multa”, conta o motorista que teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), recolhida e o carro levado ao Detran, segundo ele por não ter condições de transitar mais.

“As cervejas que estavam no meu carro, eu comprei de manhã para a minha mãe, ela tem uma lanchonete no bairro Nossa Senhora Aparecida, eu comprei e esqueci no carro”, disse. O caso está sendo investigado pelo 2º DP da Capital.