Em meio às críticas que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) tem recebido após os familiares da ex-ginasta Laís Souza lançarem uma campanha de arrecadação pela internet para ajudar nas despesas da reabilitação da atleta, o presidente da Comissão de Atletas da entidade, Emanuel, alertou para a necessidade de esclarecimentos sobre assistência em casos semelhantes.

Em Maceió para a disputa da última etapa do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia, o jogador contou que tem promovido o debate na Comissão. Como o acidente de Laís ocorreu em um momento em que ela não participava de nenhuma delegação do COB ou eliminatória ou classificatória para os Jogos Olímpicos, o seguro da entidade não cobre todas as despesas de que a atleta pode necessitar.

“Quando retornei dos Jogos Sul-Americanos, no Chile, na semana passada, iniciei um debate na Comissão sobre o caso da Laís. Precisamos entender melhor o sistema de seguro, quando uma confederação tem ou não o dever de acioná-lo. Não apenas em Olimpíada, mas até em nível nacional. Os atletas não têm noção de como funciona, do que cabe a quem”, disse.

Para Emanuel, os atletas precisam ter assistência pessoal ou de seu clubes como forma de garantia em casos semelhantes. Como jogador de vôlei de praia, ele conta com o apoio da Unimed, que é sua patrocinadora.

Neste sábado, o jornal O Estado de São Paulo publicou a informação de que a campanha para Laís só conseguiu arrecadar até agora R$ 3 mil, valor distante do objetivo de R$ 75 mil para a compra de uma cadeira de rodas elétrica e de um tablet sensível ao movimento dos olhos. Ela segue em tratamento nos Estados Unidos, e o futuro ainda é incerto.

“Nos Estados Unidos, a doação é uma prática muito comum, porque as pessoas podem descontar o valor no imposto de renda. Aqui não temos esse costume. O COB está preocupado com a sequência do caso, porque o seguro entra a partir do momento em que o atleta está engajado na Seleção”, afirmou.