Após acidentes com duas mortes de operários, as obras da Arena Amazônia sofrem novo atraso por contas da temporada de chuvas fortes que atingem Manaus. Com isso, o governo do Estado não tem previsão da conclusão do estádio da Copa-2014 embora se diga otimista por ver as reformas avançadas.

A Fifa tem se mostrado preocupada com a conclusão dos seis estádios remanescentes para o Mundial que, com os atrasos, no mínimo já igualaram a lentidão da Africa do Sul e caminham para supera-la. Até agora, só a Arena das Dunas tem previsão de inauguração ainda em janeiro.

Desde o início da sua construção, a Arena Amazônica vem sofrendo inúmeros percalços. Primeiro, era a logística complicada para levar peças como a cobertura para o meio da floresta, onde fica Manaus. Segundo, houve acusações de superfaturamento o que chegou a interromper o fluxo de dinheiro. Terceiro, dois operários morreram no final do ano por conta de acidentes, o que provocou restrições nas obras.

Agora, a chuva já interrompeu a colocação das membranas da cobertura da arena na segunda-feira e no domingo. “Nosso problema é a chuva. Quando chove, temos que mandar os operários descer. Chove pesado todo dia em Manaus nesta época”, explicou o coordenador de Copa-2014, Miguel Capobiango.

Evitar a temporada de chuvas sempre foi uma preocupação do governo do Amazonas, tanto que a intenção era concluir a obra antes de janeiro quando começam os temporais. Mas os acidentes no final do ano atrasaram o andamento da construção que já teve três mortes até agora. Desde então, não podem mais ser feitos trabalhos na cobertura à noite quando morreu um dos trabalhadores.

E o andamento de todo o restante da obra depende da conclusão da cobertura. Isso porque só quando acabar essa parte e a fachada será possível finalizar a calçada no entorno do estádio, justamente onde está um guindaste. A colocação de assentos também é impactada pelo teto.

“Acredito que com a cobertura finalizada, podemos marcar a inauguração porque dependeria de mais seis dias para fazer o entorno”, analisou Capobiango. “A Fifa está tranquila conosco porque somos um dos mais avançados com a Arena das Dunas. Acredito que ainda possa acabar em janeiro dependendo das chuvas.”

Não dá para dizer que a Arena Amazônia está avançada porque, como os outros cinco, já estourou o prazo da federação internacional que era no final do ano passado. E, em dezmebro, antes dos acidentes, Capobiango tinha discurso bem mais otimista ao dizer que a inauguração só dependia da agenda da presidente Dilma Rousseff. Agora, as chuvas entraram no cenário.