Responsável pela construção do estádio do Corinthians, a Odebrecht nega que tenha havido alerta de um funcionário sobre o risco de desabamento de peça metálica no Itaquerão. A resposta vai na contramão de acusação feita pelo presidente do Sindicato da Construção Civil de São Paulo (Sintracon), Antonio Ramalho.

Em nota, a Odebrecht comunica que o estádio passou por procedimentos de segurança e acrescenta que a Sintracon não representava os funcionários do estádio.

“A Odebrecht Infraestrutura e o Sport Club Corinthians Paulista esclarecem que não houve nenhum alerta prévio ao acidente e negam a ocorrência dos eventos relatados pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo”, diz trecho do comunicado.

Em contato com o UOL Esporte, Antonio Ramalho, que é deputado estadual do PSDB, disse que engenheiros do Itaquerão ignoraram alerta feito por um técnico de segurança sobre o risco de o solo não suportar o peso do caminhão com a torre. O suposto aviso teria sido ocorrido às 8h de quarta-feira, ou seja, pouco menos de cinco horas antes da tragédia que matou dois funcionários. Houve vistoria após o suposto alerta, mas foi dada ordem para continuar o serviço, acusa Antonio Ramalho.

A acusação de negligência também foi feita pela Federação Nacional dos Técnicos de Segurança no Trabalho (Fenatest), entidade sindical de âmbito federal, que afirma ter recebido denúncia de irregularidade nas obras.

“Só foi esta denuncia, que foi anônima. Não teve mais fato novo. Eu recebi ontem à tarde antes do anoitecer, não sei que horas eram, mas foi à tarde”, contou presidente da Fenatest, Armando Henrique.

Confira nota oficial da Odebrecht:

A Odebrecht Infraestrutura e o Sport Club Corinthians Paulista esclarecem que não houve nenhum alerta prévio ao acidente e negam a ocorrência dos eventos relatados pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo.

Esclarecem também que tal sindicato não representa os trabalhadores que realizavam as operações de movimentação de guindaste e colocação de estrutura metálica na obra da Arena Corinthians. Esses trabalhadores são representados pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada, Infraestrutura e Afins do estado de São Paulo (Sintrapav SP).

O Sintrapav SP esteve na manhã desta quinta-feira, dia 28, no canteiro de obras, junto com o Ministério Público e Ministério do Trabalho, apurando informações sobre o acidente. A Odebrecht reafirma seu rigor nos procedimentos de segurança do trabalho. Até essa quarta-feira, a obra havia registrado 9,5 milhões de horas trabalhadas sem acidentes graves.