Um bueiro aberto na Avenida Eduardo Elias Zahran, em Campo Grande, foi a causa de um prejuízo de R$ 38 mil, e o fim das festas de fim de ano de uma família. Depois de passar de carro pelo bueiro, a estudante de administração Marília Monreal perdeu o controle do veículo, capotou e, além dos prejuízos financeiros, teve que ficar três dias sob cuidados médicos.

Agora, a luta de Marília é para conseguir que a concessionária responsável pelo bueiro se responsabilize pelos prejuízos. A Águas Guariroba, por sua vez, nega responsabilidade no caso.

O acidente ocorreu na noite do dia 27 de novembro do ano passado, quando Marília retornava para casa da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), onde estuda, quando perdeu o controle do veículo (um Citroën C3) ao passar pelo bueiro, e o carro capotou.

De acordo com moradores próximos ao local, na Avenida Eduardo Elias Zahran, quase esquina com a Rua 13 de Maio, relataram que o bueiro estaria aberto há pelo menos dois dias, e eles foram os responsáveis por sinalizar o mesmo com galhos.

A universitária foi atendida pelo no local, e encaminhada para o hospital, onde nada grave foi constatado. Mesmo assim, teve que ficar três dias em observação, devido à gravidade do acidente.

Porém, o capotamento foi só o começo das dores de cabeça de Marília, que disputa uma verdadeira queda de braço com a Águas Guariroba, concessionária responsável pelo bueiro.

“Depois do acidente, entramos em contato com a Águas, que falou primeiro que iria pagar o prejuízo, que só necessitava de um tempo, falaram uma semana, para ver tudo. Eu só pedi para arcarem com o prejuízo do carro, nada além disso”, comentou Marília, iniciando a contar “novela” que começou naquele instante.

Segundo a universitária, a família cancelou as férias de fim de ano para poder resolver o assunto com a concessionária. “Queríamos resolver tudo logo, mas depois dessa uma semana que pediram, ninguém deu retorno. Aí entramos novamente em contato, e pediram mais um tempo, sem dar retorno novamente. Até que fomos pessoalmente lá, na primeira vez pediram outro tempo, e não retornaram, aí fomos lá e ninguém sequer nos recebeu”, reclamou.

Parece pouco, mas depois de toda essa conversa 2012 já havia terminado e Marília iniciou 2013 sem o carro e sem posição da concessionária. Somente na semana passada, a Águas Guariroba enviou um ofício, afirmando que não tinha responsabilidade pelo acidente, e que não arcaria com o prejuízo.

A universitária então procurou o auxílio de um advogado. “Já está tudo pronto para entrarmos com uma ação judicial, pedindo que a concessionária arque com todos os danos materiais, inclusive com o tratamento médico, e também que haja uma indenização por danos morais”, afirmou o advogado Alexandre Augusto Simão de Freitas, que assumiu o caso.

“O que sinto mesmo é que fui tratada com um verdadeiro descaso pela empresa. Depois desse acidente, não consigo mais passar perto do local sem ficar com medo, e só dirijo hoje porque preciso”, desabafou Marília

Depois de analisar a jurisprudência do TJMS (Tribunal de Justiça) nesses casos, o advogado Alexandre Freitas afirmou que espera uma resolução em “um ou dois anos e com chances reais de ganho da vítima”.

Outro lado

Via assessoria de imprensa, a Águas Guariroba informou que “a política da empresa nesses casos é realizar uma análise do acidente, e caso seja verificado a existência clara de evidências de responsabilidade da empresa, a mesma preza por procurar o acordo e o ressarcimento”. Porém, no caso de Marília, a concessionária entende que “não é clara a responsabilidade da empresa”.