Nos dois casos os motociclistas pararam para a passagem de um pedestre, quando foram atingidos “em cheio” na traseira pelos veículos, na avenida Afonso Pena.

Quando os bombeiros retornavam de um atendimento, após encaminharem um ferido ao Posto de Saúde Coronel Antonino, vítima de um acidente no cruzamento da avenida Afonso Pena com a rua Artur Jorge, em Campo Grande, outra colisão de carro e moto acontece exatamente no mesmo local. E o agravante é que as duas batidas aconteceram pelo mesmo motivo: o desrespeito a faixa de pedestre.

No primeiro acidente, o sargento da Ciptran (Companhia Independente de Policiamento de Trânsito), Antônio Conceição da Silva, explica que um motociclista parou na faixa de pedestre para a passagem uma pessoa, quando outro condutor de moto bateu em sua traseira.

“Muitas vezes a pessoa parece estar apenas com o corpo presente no trânsito, mas a mente está ligada em outra coisa. E o condutor não tem que pensar só nele e sim nos pedestres, nos motociclistas e assim por diante. Outro problema é que as pessoas estão sempre atrasadas, correndo, com a vida cronometrada, então o interessante é começar a sair de casa um pouco mais cedo e com mais atenção no trânsito”, alerta o sargento Silva.

Já na segunda colisão, o motociclista de uma Honda Titan preta, placa HSS 0465, parou para a passagem de um pedestre, que estava na faixa, quando o condutor de um veículo Fox preto, placa HTP 1717, freou e bateu em cheio no motociclista. O corpo da vítima foi lançado e a moto parou no canteiro central da via.

“Eu confesso que fui o causador do acidente e prestarei toda a assistência ao motociclista. Também não estou justificando, mas a onda verde, com os sinais todos sincronizados, causa certa distração. E quando olhei adiante e vi o sinal verde, segui e quando vi o motociclista bem próximo já era tarde”, conta o funcionário do Tribunal de Justiça, Admilson Tomé, 48 anos.

Faixa de Pedestre

Testemunha do acidente, o aposentado Valfrido Álvares, 62 anos, afirma que somente a faixa de pedestres não alerta a parada imediata dos motoristas. “É necessário um sinaleiro para os pedestres também, porque muitos acham que podem passar a todo o momento e com isso não respeitam os motoristas quando o sinal está verde”, diz.

‘Pedestre eu cuido’

A opinião de Álvares não convenceu os policiais de trânsito. “Fizemos uma boa campanha, as faixas são largas e bem sinalizadas, então a conscientização tem que existir de todos os lados: pedestres, motociclistas e condutores de veículos. E quem está atrás tem sempre que observar”, argumenta o sargento Silva.

Pela imprudência, Admilson Tomé, receberá um multa de R$ 197, além de sete pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação). “A multa equivale a deixar de dar preferência a pedestres na faixa destinado a ele ou veículos”, explica o sargento Silva.

A vítima do segundo acidente não foi identificada pelos bombeiros. Com apenas escoriações, o homem foi encaminhado ao Posto de Saúde Coronel Antonino. Duas pistas foram interditadas temporariamente e policiais orientam condutores no cruzamento.