Ciptran aponta queda nos acidentes, mas número de mortes aumenta na capital
Em 2010, foram registrados 8.718 acidentes; e no ano passado, 8.385. Apesar da redução nas colisões, de 55 vítimas fatais registradas pela Ciptran (2010), o número de óbitos subiu para 62, em 2011.
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Em 2010, foram registrados 8.718 acidentes; e no ano passado, 8.385. Apesar da redução nas colisões, de 55 vítimas fatais registradas pela Ciptran (2010), o número de óbitos subiu para 62, em 2011.
A Ciptran (Companhia Independente de Trânsito) de Campo Grande divulgou nesse final de semana (21 e 22) o balanço dos acidentes registrados em 2011, quando ocorreram 8.385 colisões. Em 2010, foram 8.718 acidentes; uma queda, segundo as autoridades de trânsito, devido às ações educativa e repressiva do policiamento do setor.
Mas os dados apontam um detalhe que chama a atenção da sociedade e da polícia: houve redução na quantidade de acidentes, porém aumentou o número de vítimas fatais. Em 2010, somente com registros da Ciptran, 55 pessoas morreram no trânsito da capital. Já em 2011, foram 62 óbitos contabilizados pela Companhia.
“Isso porque as pessoas continuam andando ainda muito acima da velocidade permitida, abusando do álcool, dirigindo com irresponsabilidade e imprudência. Esses continuam sendo os principais motivos causadores de morte em nosso trânsito”, alertou a Major Itamara Romeiro, subcomandante da Ciptran.
Balanço / Ciptran: 2011
Confira outros números do balanço da Ciptran, em 2011: a Companhia notificou 36.400 veículos; foram quase sete mil autos de recolhimento de documentos, como 1.390 CHNs e cerca de 5.500 certificados de licenciamento; a Ciptran removeu ainda mais de 6 mil veículos para o pátio do Detran, sendo 3.900 motos e 2.300 carros. Também foram realizados 550 testes de alcoolemia (usando o popular bafômetro) e 212 pessoas foram encaminhadas à delegacia.
Mas, além das apreensões, o que chama a atenção e dá trabalho para o policiamento de trânsito são a conduta, a postura do motociclista e do motorista. “Vamos intensificar as ações com foco na redução da velocidade. Os condutores precisam ter consciência que em nenhuma via de Campo Grande é permitido andar acima de 60 kms/h”, continuou Major Itamara.
Para coibir a onda de acidentes e principalmente diminuir o número de vítimas fatais no trânsito de nossa cidade, a subcomandante da Ciptran lembra que, neste ano, haverá muitas campanhas e bastante fiscalização. “Continuaremos com o PARA (Programa Para Redução de Acidentes); palestras nas escolas para os estudantes; e, como no ano passado, vamos realizar várias blitzes”, explicou a Major.
“Nossa meta principal é reduzir o número de mortes e autuar aqueles que abusam do álcool e depois dirigem. Para isso, vamos aumentar a quantidade de blitzes, em horários e pontos alternados da cidade, inclusive à noite”.
O que dizem os condutores?
As pessoas andam muito estressadas hoje. Tá com pressa, então por que não sai mais cedo de casa?! Eu vou tranqüilo para o trabalho, sem riscos pra mim e pras outras pessoas também”, comentou Geraldo Aparecido Guimarães. Ele dirige há mais de 30 anos, tanto o carro dele (um gol, modelo antigo, de cor branca) e o caminhão com o qual trabalha.
“Com tanta tragédia que a gente vê por aí, eu me orgulho sim porque nunca me envolvi em um único acidente”, comemorou o motorista. Bom que fosse assim sr. Geraldo, mas infelizmente hoje, além dos adultos que desrespeitam as regras básicas de trânsito e a vida, inúmeros jovens, com CNHs recentes, também dirigem sem nenhuma responsabilidade.
Disputa urbana
Quem não tem motivos para comemorar é Ademir Gimenez, que mostrou uma das cirurgias no braço esquerdo. “Já bati três vezes de moto e tenho outra cirurgia nas costas também. Fiquei um tempão parado me recuperando, é muito ruim, atrapalha demais a nossa vida”, disse o rapaz que é mototaxista.
No final da entrevista, ao ser interrogado sobre os principais motivos dos acidentes na capital, não hesitou em responder. “Velocidade, o pessoal corre demais e muitos motoristas não respeitam quem tá de moto. Eu mesmo assumo que nas três vezes que bati, tava correndo muito. Se tivesse devagar, não seria tão grave”.
Gimenez garante que aprendeu a lição e hoje, mesmo com a pressa com os passageiros na moto (que pagam o seu ganha-pão) o rapaz garante que está bem mais cauteloso. “Depois de quase ver a morte, a gente aprende, né? Com certeza, agora vou bem mais tranqüilo, sem correria”.
“Os motoqueiros não respeitam, eles abusam demais. A gente dá a seta na hora de virar e eles vão entrando, aí fica muito difícil. Acho que todos desrespeitam, mas quem tá de moto abusa mais”, essa é a opinião do jovem vendedor, Joel Cassimiro, que estava na Rua 14 de Julho, com seu Fiat Uno.
“As pessoas até sabem o que precisam fazer, mas falta a cultura da educação. Tem que respeitar, ser gentil no trânsito e aplicar o que sabe, na prática. Quanto aos ciclistas, eles também têm a responsabilidade de andarem corretamente, de respeitar as regras de trânsito”, disse o supervisor da Agetran, Geová Vitor.
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