Semana passada três operários morreram vítimas de acidente de trabalho; sindicalista disse que estatística indicava queda nas ocorrências, mas agora, por falta de fiscalização, recentes tragédias reacenderam preocupação

Os recentes acidentes de trabalho que mataram, somente na semana passada três operários em canteiros da contrução civil em Campo Grande, podem ser reflexo da falta de fiscalização nas condições de trabalho e do aumento na demanda por mão-de-obra. A análise é do presidente da CGTB-MS (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Samuel Freitas.

Segundo ele, nos anos de 2004 e 2005, quando foram registradas 16 mortes, os operários necessitavam de emprego e por isso se sujeitavam às condições estipuladas pelas empresas, muitas vezes sem nenhuma segurança.

De 2006 a 2010, o quadro mudou e o número de mortes na construção civil não passou de seis, sendo que em 2009 nenhuma morte foi registrada em Mato Grosso do Sul.

Agora, com a falta de mão-de-obra especializada no mercado sul- mato-grossense, a central sindical informa que as empresas passaram a oferecer melhores condições aos trabalhadores, mas ainda falta fiscalização para cobrar o cumprimento das normas e uso dos equipamentos.

“Não basta que as empresas ofereçam os materiais de segurança, é preciso que o trabalhador saiba como usá-lo e que a preocupação com a segurança se torne um hábito no trabalho”, explica Samuel.

Vícios dos ‘bicos’

“Muitos trabalhadores estiveram durante bom tempo no mercado informal, e se acostumaram a pequenas obras, trabalhando sem segurança. Agora, há uma resistência. Muitos não se acostumam ao fato de usar capacete, luvas, botina e cinto de segurança”, conta Samuel.

Samuel afirma ainda, que o sindicato está pensando em novos meios de informar o trabalhador, através de cartilhas e propagandas na televisão. Além disso, o trabalhador deve denunciar as empresas que não fornecem os equipamentos de segurança necessários. As denúncias podem ser feitas pelo telefone 3384-6246.