Fogo, explosões, pessoas feridas e desespero num cenário que reproduzia uma situação dramática e de tensão. Assim foi o clima da simulação de acidente aéreo que encerra, anualmente, o Curso de Voluntários de Emergência (CVE), promovido pela Infraero com a parceria do Corpo de Bombeiros.

O local escolhido foi próximo à cabeceira da pista do Aeroporto Internacional de Corumbá numa região onde o acesso é dificultado. Soldados do Exército, entre a vegetação, simulavam vítimas com ferimentos graves e num quadro de desespero que deixava o trabalho das equipes de resgate mais tenso.

Além de tudo isso, o forte calor da manhã desta sexta-feira, 08 de abril, foi mais um agravante, entretanto, segundo o tenente-coronel, Sidnei Ribeiro da Cruz, comandante do 3º Grupamento do Corpo de Bombeiros, os socorristas são preparados para todo tipo de situação adversa.

“Os alunos são preparados para uma situação de falta de visibilidade, local com calor intenso, ou à noite e com tudo isso ainda precisam manter o controle da pressão. O cenário, por mais que esteja se apresentando trágico, quem presta o socorro deve manter seu autocontrole, sabendo raciocinar e decidir a melhor evacuação da vítima, a melhor imobilização”, disse ao destacar que o trabalho conjunto dentro do Sistema de Comando de Incidente promove uma ação eficaz. “Todo o pessoal deve estar integrado com essa metodologia onde é estabelecido um posto de comando, uma área de controle de vítimas (triagem), de forma que o tempo de atendimento seja reduzido”, destacou.

No total, foram formados 45 voluntários para o socorro, envolvendo pessoas de diversos órgãos da cidade como Polícia Militar Ambiental, Guarda Municipal, Exército, Marinha, Aeronáutica e integrantes da comunidade aeroportuária, que envolve, por exemplo, funcionários da Infraero, de empresas aéreas e empresas terceirizadas que atuam no aeroporto local.

“A decisão de incluir outros órgãos de Corumbá é porque, se tivermos um acidente que envolva uma aeronave de grande porte, teremos que contar com o apoio de toda a estrutura de Corumbá: hospitais; ambulâncias do Exército; da Marinha; a Polícia Militar, que faz o papel importante de controle de trânsito. Nós temos que ter um gerenciamento de crise muito forte aqui em terra, e sozinhos, com certeza, não conseguiríamos atender de forma adequada. Temos, sim, que contar com o apoio da sociedade, de todos os órgãos, de toda a estrutura que tenha voltada para atender emergências”, declarou ao Diário o superintendente da Infraero em Corumbá, Carlos Alberto Rocha.

Apesar de o Aeroporto Internacional de Corumbá possuir um baixo tráfego aéreo, o curso e a simulação são avaliados como de grande importância, conforme observou o superintendente local da Infraero.

“Corumbá é alternativa de outros voos que, porventura, estejam passando aqui perto. Como temos estrutura de emergência, certamente, se tivermos uma aeronave em situação crítica, ela vai procurar, vai pousar aqui e vamos ter que atender”, ponderou.

Presente na simulação, o superintendente regional da Infraero, Sérgio Santiago, foi o responsável por fazer uma avaliação do momento que envolveu os participantes do curso. Ele contou quais pontos foram observados.

“Levamos em consideração tanto os procedimentos, quanto também os equipamentos utilizados para o atendimento dessa emergência. Se todos estão atendendo sua finalidade e se houver alguma falha a gente vai aproveitar esse simulado para fazer essas anotações e tentar corrigir”, comentou.

Ao final da simulação, que foi a parte prática do Curso de Voluntários de Emergência, os participantes receberam certificados.