Samir era natural de Corumbá e começou a carreira militar, segundo a mãe Janete Arcanjo de Barros Farias, em 2001. Em entrevista ao Diário, ela recorda de como o filho ingressou na FAB.

A família do primeiro-tenente da Força Aérea Brasileira (FAB), Samir de Barros Farias, 27 anos, que morreu em um acidente aéreo na tarde ontem, 02 de agosto, na cidade de Bom Jardim da Serra (135 km de Florianópolis), na serra de Santa Catarina, aguarda a chegada do corpo para iniciar o velório.

Samir era natural de Corumbá e começou a carreira militar, segundo a mãe Janete Arcanjo de Barros Farias, em 2001. Em entrevista ao Diário, ela recorda de como o filho ingressou na FAB.

“Ele frequentava um cursinho na cidade com um amigo. Ele queria ir para a Marinha e o amigo para a Aeronáutica. Esse amigo, o Bruno, convenceu-o a fazer a seleção para a EPCAR (Escola Preparatória de Cadetes do Ar), só que no exame de vista, o Bruno foi reprovado e o Samir passou. Então, eles fizeram um trato que meu filho seguiria em frente na Aeronáutica e o Bruno ingressaria na Marinha”, relembra Janete.

Em 2007, ainda de acordo com a mãe, Samir formou-se piloto e, na sua carreira, passou por cidades como Pirassununga (SP), Fortaleza (CE), Natal (RN) e, atualmente, estava residindo em Canoas, no Rio Grande de Sul, de onde a aeronave C-98A Grand Caravan do 5° Esquadrão de Transporte Aéreo da Força Aérea Brasileira decolou às 11h45min desta terça-feira (02), com destino ao Rio de Janeiro.

Dona Janete recorda do filho como um rapaz carinhoso, religioso e esforçado. Entre junho e julho deste ano, ela passou uma temporada com Samir em Canoas. Ela guarda boas recordações do período que esteve com o filho que fez questão de estar sempre presente, inclusive a levando para fazer um voo sobre a cidade gaúcha.

“Ele disse que eu era a passageira mais importante”, relembra emocionada. Ela também conta que o jovem piloto a ensinou muitas coisas como ser sempre grata a Deus pelas conquistas cotidianas. “Ele me dizia para agradecer sempre por tudo, dar graças a Deus”, relembra ao afirmar que Samir era católico e dizia, constantemente, para a mãe freqüentar as missas.

Na temporada que esteve com a mãe, Samir teria comentado sobre a morte e dito que ela não se desesperasse se um dia isso acontecesse a ele. Segundo Janete, ele pediu para que mãe tocasse em seu velório músicas de grupos que gostava como U-2 e Gun’s and Roses.

Samir não era casado e não tinha filhos, mas namorava e estava pretendendo se casar recentemente, conforme a mãe contou.

O corpo de Samir deve ser transladado para Corumbá pela FAB que informou, através de Seção de Comunicação Social, em Brasília, que isso só acontecerá depois de terminado os trabalhos de regaste e identificação dos corpos feito pelo IML (Instituto Médico Legal) da cidade de Lajes (SC). Entretanto, não há uma previsão de chegada em Corumbá.

O avião teria batido em um morro antes de cair, de acordo com relato de testemunhas. Com a queda seguida de explosão, a aeronave foi praticamente destruída, com exceção da cauda. O Comando da Aeronáutica informou também que já iniciou investigações para apurar os fatores que contribuíram para o acidente. Além de Samir, outras sete pessoas ocupavam a aeronave. Confira os nomes na lista abaixo:

Antônio Carlos Souza da Silva (Major);

Samir de Barros Farias (1° tenente);

Arthur Ricardo Carneiro da Silva Júnior; (2° tenente);

André Dias Alves (2° tenente);

Marcelo André Rhoden (suboficial);

Helenilton de Souza Schafer (2° sargento)

Jarbas Barbosa Mendes (2° sargento do Exército);