Presa em Campo Grande, mulher que deixou ex-tatuador cego com soda cáustica passa por audiência

Ex-tatuador Leandro Coelho Marques foi o primeiro a ser ouvido na audiência desta terça-feira (14)

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Ex-tatuador Leandro Coelho durante entrevista ao final de seu depoimento no Fórum de Campo Grande. (Foto: Madu Livramento, Midiamax)

A mulher de 42 anos, presa por deixar o ex-tatuador Leandro Coelho Marques cego com soda cáustica, em fevereiro de 2023, no Aero Rancho, é ouvida na primeira audiência de instrução e julgamento, no Fórum de Campo Grande, na tarde desta terça-feira (14). A acusada ficou mais de 1 ano foragida e acabou presa em junho de 2024 no estado do Paraná.

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A audiência acontece desde às 14 horas da tarde e o primeiro a prestar depoimento foi o ex-tatuador, acompanhado de seu advogado Gustavo da Fonseca, que atua na ação indenizatória. O depoimento da vítima durou pouco mais de 1 hora. 

“Até então foram feitas perguntas sobre como era o nosso relacionamento, como a gente lidava dentro de casa e como era o nosso dia a dia”, resumiu Leandro ao Jornal Midiamax sobre a audiência. 

O ex-tatuador ainda contou que sua vida mudou totalmente após o dia 22 de fevereiro de 2023. “Minha vida mudou por completo. Foi muito difícil para mim durante esse período de 1 ano e 11 meses. Tive que encarar a realidade, me adaptar com tudo isso. Confesso que realmente não foi muito fácil, não está sendo fácil. Estamos aí, lutando e vencendo”, desabafou. 

Após a prisão no ano passado, a acusada – encarcerada desde setembro em Campo Grande – alegou que cometeu o crime em legítima defesa devido ao relacionamento conturbado que o casal vivia, conforme informou o advogado Guilherme Henrique de Morais Calegari, que atua na defesa da mulher. 

E nesta terça-feira (14), Leandro também mencionou o relacionamento conturbado do casal durante entrevista em frente ao Fórum de Campo Grande. “Nosso relacionamento foi conturbado nos últimos dias antes dos fatos. Havia um ciúmes possessivo”, falou. 

‘Que a justiça seja feita’

Por fim, ele revelou sua expectativa com a audiência. “A gente espera que a justiça brasileira seja feita da melhor forma possível. Foi pedido uma indenização, mas se fosse colocar o peso da balança entre o valor e a minha visão, eu escolheria minha visão novamente, pois não tem valor que pague tudo isso”, disse o ex-tatuador.

Advogado Gustavo da Fonseca. (Foto: Madu Livramento, Midiamax)

Quem também falou com a reportagem do Jornal Midiamax ao final do depoimento do ex-tatuador foi o advogado Gustavo da Fonseca, que atua na defesa da vítima na ação indenizatória. “A acusada está presente, ela veio sob escolta, então ela está presa aqui em Campo Grande e veio prestar os esclarecimentos junto com a defesa dela. Essa é a última audiência da questão penal, que se espera a condenação pelo crime de lesão corporal grave”, explicou. 

O advogado ainda explicou que há uma segunda audiência marcada para março deste ano, no que se refere a indenização por danos estéticos, morais e lucros cessantes, que totalizam R$ 1.322.960,00, pedida pelo ex-tatuador.

Relembre o caso

No dia 22 de fevereiro de 2023, Leandro havia acabado de sair da academia e recebeu uma ligação de sua ex-esposa para conversarem amigavelmente, chegando próximo à sua residência, parou na esquina e avistou ela, que se aproximou e jogou um líquido ácido no rosto dele, causando ferimentos graves e posterior cegueira total.

O capacete da vítima foi entregue na delegacia com resíduos do líquido corrosivo e a luva de um militar chegou a derreter após manusear o equipamento de segurança da vítima. O caso foi registrado como lesão corporal dolosa, com qualificação de violência doméstica.

De acordo com uma moradora da região, a mulher ficava sentada em uma planta, na calçada próximo à casa do ex-tatuador, cuidando a residência do homem. Na noite do dia 22, antes do ataque, ela também esteve no local.

Após mais de um ano foragida, a mulher acabou presa em Curitiba, no Paraná, por equipes da Polícia Civil do estado enquanto tentava fugir para outra cidade.

Pedido de ajuda

Segundo Leandro, após o fato ele não conseguiu mais trabalhar, nem teve acesso a benefícios sociais. Desde então, a luta pela sobrevivência é diária. Isso porque a atual renda do ex-tatuador é em torno de R$ 800 mensais.

“Ainda estou pagando o advogado. Toda ajuda seria bem-vinda”, informou o ex-tatuador à reportagem do Jornal Midiamax.

O PIX informado para doações é o número de celular da vítima: (67) 99195-0347.

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