“Serão tempos difíceis, mas vou ter de me readaptar”, disse a técnica de laboratório de ciências, de 37 anos, Daiane Louveira Hokama Sousa. Ela estava no ônibus que bateu em uma carreta na BR-262, que acabou na morte de uma médica e de um idoso. Uma menina de 6 anos também teve de amputar a perna.
Daiane contou ao Midiamax nesta segunda-feira (23), oito dias após o acidente, que estava sentada no banco atrás da menina. A técnica também teve de amputar a perna direita e segue internada em Campo Grande. Daiane relata os momentos que se seguiram logo depois da batida.
Ela contou que estava dormindo e acordou com o baque do ônibus. Uma amiga que estava ao lado chegou a perguntar se a técnica estava bem, sendo que Daiane respondeu que sim, mas logo depois sentiu sua perna ‘queimar’.
“Percebi que algo grave com minha perna tinha acontecido, eu só não queria ficar inconsciente para não morrer”, disse Daiane. Senti muita dor e foi quando minha amiga contou que uma barra de ferro havia atravessado a minha perna.
Daiane falou que toda sua família ficou chocada com medo que ela morresse. “Não sei o que esperar daqui para frente. Vou ter de readaptar minha vida, minha casa”, disse a técnica ao Midiamax. Ela ainda termina falando que “serão tempos difíceis”.
A menina de 6 anos que também amputou a perna segue internada na Santa Casa de Campo Grande.
Acidente com ônibus na BR-262
O motorista, de 54 anos, foi indiciado pelas mortes da médica Andrezza das Neves Felski e do idoso Marcelino Florentino Filho. Ele dirigia o ônibus que colidiu contra um caminhão na BR-262, em Corumbá, a 413 quilômetros de Campo Grande, no dia 15 deste mês.
Após o acidente, a equipe da 1ª DP (Delegacia de Polícia Civil) de Corumbá foi ao local e iniciou a investigação dos fatos. Os motoristas do caminhão e do ônibus prestaram depoimento na delegacia, e a polícia também analisou imagens de câmeras de segurança.
Durante a análise, ficou comprovado que o motorista do ônibus invadiu a contramão de direção e bateu de frente com o caminhão, que transitava no sentido contrário. Diante disso, ele foi indiciado por homicídio culposo na direção de veículo automotor e lesão corporal culposa, ambos previstos no Código de Trânsito Brasileiro, em concurso formal, considerando que o fato ocorreu no exercício da atividade profissional de transporte de passageiros.
Segundo a Polícia Civil, com as agravantes legais e a causa de aumento prevista pela prática do crime no exercício da profissão, a pena máxima prevista pode chegar a nove anos de detenção, além da suspensão ou proibição do direito de dirigir.
‘Tinha muita pressa’, diz passageira sobre motorista
Uma das passageiras do ônibus relatou os momentos de tensão e desespero vivenciados no momento do acidente. Ao Jornal Midiamax, a bióloga Aléxia Murgi, de 25 anos, que estava na quarta fileira de poltronas, contou que o acidente ocorreu às 6 horas da manhã, horário em que todos os passageiros estavam dormindo.
Para ela e outros passageiros, o motorista estaria com pressa por estar atrasado. “Nós acreditamos que o motorista tinha muita pressa por estar atrasado, já que nesse horário ele deveria estar chegando em Corumbá. Não sei porque atrasou, enquanto nossos colegas chegaram hoje às 2h30 da manhã em Miranda, quando nós viajamos no domingo passamos por Miranda às 3h40 da manhã”, explicou.
Sobre o acidente entre o ônibus e o caminhão, a bióloga falou que ouviu um barulho de batida, mas com impacto leve. Segundos depois, ela ouviu a criança de 6 anos, que estava no banco à sua frente, gritar.
“Uns segundos depois a criança que estava na nossa frente começou a gritar e a minha colega ao meu lado que também foi ferida sentiu que a perna dela tinha sido atingida. Quando eu vi, era o joelho direito dela e aí fomos ver a barra e entender tudo”, relatou a passageira.
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