Um segundo funcionário que acusa a administração de uma academia famosa de Campo Grande de homofobia e assédio também foi demitido nesta semana. A situação é semelhante ao caso de um professor de musculação que entrou com um processo trabalhista e pede uma indenização de R$ 400 mil à academia.
O caso de assédio moral, homofobia e retaliações por parte de superiores veio à tona no último sábado (17), após o professor entrar com o processo contra o estabelecimento e isso terminar em demissão. Na ocasião, a gerente envolvida no caso foi demitida dias depois do desligamento do professor.
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Já nesta sexta-feira (23), quase uma semana depois, uma nova denúncia chegou ao Jornal Midiamax. A denúncia relata que superiores questionaram o funcionário sobre o motivo de estar sentado. Depois, ordenaram que ele ficasse em pé.
No entanto, no dia seguinte, o grupo demitiu o colaborador da academia. “A gente não pode ficar sentado, em todas as outras unidades podem, somente nessa que não”, revelou um denunciante.
Troca de mensagens sobre colaboradores
Assim, em meio à demissão, o funcionário descobriu trocas de mensagens entre os líderes da academia, comentando sobre alguns colaboradores. “Calma. Não ameaça seu colaborador. Passa ‘ky’ e enfia devagarinho, ele não sente e ‘vc’ não toma um processo trabalhista”, diz um dos superiores.

Já em outra mensagem, outro líder afirma que vai desligar tal funcionário e diz: “Que guri idiota rapaz”.
Além disso, a denúncia que chegou ao Jornal Midiamax indica que os colaboradores da academia não têm intervalo e não possuem um ambiente adequado para descanso. Em uma conversa enviada, um superior diz que a pessoa que quiser descansar no intervalo deve sair da academia ou ir para a cozinha.
O Jornal Midiamax acionou a academia acerca dos fatos e a mesma informou que “não tolera nenhum tipo de desrespeito humano, muito menos o que pode ser enquadrado como um crime”. Também, explicou que entende que “as acusações devem ser devidamente apuradas, que o franqueado responsável pela unidade onde os fatos teriam ocorrido possa dar explicações para que as devidas medidas sejam adotadas”.
O espaço segue aberto para manifestações futuras.
Professor teve que fazer exercícios na frente dos alunos como punição
“Além de eu ter sido roubado, eu não tinha o direito de ir atrás do meu objeto roubado, porque o ‘cliente tem sempre a razão’, de certa forma ia trazer ali um negócio negativo para a academia. Eu fui praticamente obrigado a ficar calado. Eu consegui recuperar a garrafa, e aí depois disso eu senti que as coisas pioraram muito”, relatou.
Ele ainda falou que, um dia, chegou atrasado e os responsáveis o obrigaram a fazer exercícios na frente dos alunos como punição. Além disso, ele descobriu as retaliações após precisar usar o computador da gerência, depois de um problema na internet da academia.

“Quando eu vi, o computador estava ligado — só estava desligado pelo monitor — e a conversa estava aberta com o chefe dela, que é o diretor de operações da academia. Aí eu pude constatar tudo aquilo que eu sofri durante todo esse tempo”, diz à reportagem.
“Ela usava termos como ‘viadinho’, como ‘vagabundo’, como ‘mau-caráter’, ela bolava um plano para que eu me desestabilizasse e pedisse as contas; ela até chegava a comentar que ela ia me aplicar advertências com o intuito de fazer eu sair da academia sem receber acerto”, relata.
A justificativa para não mandá-lo embora seria porque a rescisão ficaria muito alta, cerca de R$ 7 mil, e o professor ‘não merecia aquele valor’, conforme a chefe. Por isso, esperaria até este mês para demiti-lo.
Além desses relatos, a vítima ainda afirma que recebia benefícios menores do que os outros professores. Ele também tinha que manipular a avaliação dos clientes e recebeu as férias fora do prazo legal.
*Atualizada às 17h20 para acréscimo de posicionamento.
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