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Polícia

Júri popular é mantido para homem que matou esposa em atropelamento em Campo Grande

Defesa havia pedido impronúncia e revogação da prisão preventiva de Willames
Lívia Bezerra -
No último domingo (20), completou um ano do atropelamento que vitimou Andressa. (Foto: Reprodução, Redes Sociais)

A Justiça de manteve a decisão do júri popular de Willames Monteiro dos Santos, acusado de matar atropelada Andressa Fernandes Teixeira, no bairro Nova , em crime que completou um ano no último dia 20.

Andressa tinha 29 anos quando foi morta na frente dos filhos, de 3 e 11 anos, na Avenida Cinco, no bairro Nova Campo Grande, por volta das 22 horas da noite de 20 de abril de 2024. O caso foi denunciado à Justiça como feminicídio.

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No mês seguinte ao crime, a Polícia Civil realizou a reconstituição dos fatos, com a presença de Willames, que demonstrou sua versão. Em dezembro, ele foi pronunciado, ou seja: a Justiça determinou que o mesmo seja submetido ao julgamento pela morte de Andressa.

Ele responde por homicídio qualificado cometido por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima e pelo crime de feminicídio cometido por e familiar e na presença física de descendentes da vítima e resistência.

Entretanto, em janeiro deste ano, a defesa apresentou alguns recursos, como o pedido de impronúncia, alegando que a morte de Andressa ocorreu por motivos alheios à sua vontade, não tendo agido com dolo. Também pediu o afastamento da causa de aumento de pena e das qualificadoras.

“Alega que estava sem o pleno controle do seu modo de agir, já que estava embriagado”, diz trecho do documento.

Além disso, foi pedido o afastamento do crime de resistência, onde a defesa alega que Willames não quis desobedecer os policiais, mas ajudar a retirar a vítima debaixo do carro naquele dia. Por fim, foi solicitada a revogação da prisão preventiva de Willames.

Parecer do MPMS

E no último dia 10 de abril, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) apresentou um parecer sobre os recursos e opinou pelo desprovimento. No documento, o órgão argumenta que Willames confirmou que atropelou Andressa na etapa extrajudicial e em juízo, mas disse que não a viu. Além disso, pontuou que concluiu que existem indícios razoáveis em relação à autoria para fundamentar a decisão do júri popular.

Já sobre o pedido de afastamento das qualificadoras, o MPMS disse que elas não podem ser afastadas. “Não podem ser afastadas porque o standard de prova encartado nos autos comprova pelo menos minimamente que o crime foi praticado conforme descrito na denúncia e pronúncia, não se tratando de qualificadoras e causas de aumento manifestamente improcedentes, cabendo aos jurados decidirem sobre tais questões”.

Por fim, o MPMS disse que Willames não apresentou elemento novo que modificasse os fundamentos da decisão de sua prisão preventiva, visto que a defesa havia solicitado a revogação.

Relembre o caso

Em entrevista coletiva de imprensa, a delegada titular da Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher), Elaine Benicasa, explicou que o casal vivia junto havia 12 anos e que vizinhos relataram que o relacionamento era bastante conturbado, pois escutavam brigas frequentemente.

Os dois estavam ingerindo bebida alcoólica, quando brigaram porque o marido queria ir pela terceira vez comprar mais bebida e a mulher não queria deixar. Ele já havia ingerido três caixas de bebida alcoólica.

Andressa estava sentada no portão da residência com os filhos quando o autor entrou no carro deu ré e a atingiu. À polícia, primeiro ele contou que não sabia que ela estava atrás do veículo, depois contou que ela foi para atrás do veículo, quando ele deu ré, passando por cima dela e destruindo o portão. 

“A filha pediu ajuda em um grupo da família. Os familiares começaram a chegar e tiraram ela debaixo do carro, porque ela teria ficado presa, em tese com vida, mas quando o socorro chegou ela já não tinha sinais vitais”, explicou.

Após atropelar e prensar a esposa contra o portão, o marido ainda a arrastou por cerca de 10 metros em via pública. A denúncia do MPMS aponta que uma testemunha e a filha do casal pediu que o homem parasse o veículo, tendo falado inclusive que ele iria matar Andressa, porém, Willames disse-lhes: “que se dane” e continuou a arrastar a esposa com o carro por mais alguns metros.

O Corpo de Bombeiros foi acionado, uma ambulância chegou rápido, entretanto, a equipe constatou o óbito após 1h. 

Vídeo mostra moradores tentando socorrer Andressa

Um vídeo registrado por populares no dia dos fatos mostra os moradores incrédulos com o crime e tentando tirar o veículo de cima da mulher. Uma mulher ainda diz: “oh Deus! Era para ter tirado esse carro antes”.

Em contato com o Jornal Midiamax, um morador relatou que o homem teria mentido no depoimento prestado a polícia e passado por cima de Andressa três vezes. 

Vizinhos e familiares contaram que as brigas e discussões entre o casal eram frequentes. “Era sempre constante (brigas). Todos os vizinhos ouviam. Ficava sempre preocupada se alguma coisa acontecesse”, disse uma vizinha no dia seguinte ao crime.

(Leitor Midiamax)

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