Era mais uma segunda-feira de férias escolares. Crianças, adolescentes e pais lotaram a sala de cinema para assistir “Homem-Aranha: Longe de Casa”. No entanto, o que ninguém esperava é que, antes mesmo do filme começar, uma discussão por poltrona acabaria em homicídio.
O bioquímico Júlio Cesar Cerveira Filho, de 43 anos, foi assassinado pelo policial militar ambiental, Dijavan Batista dos Santos, no dia 8 de julho de 2019, em Dourados. Seis anos depois, a família da vítima ainda luta por um julgamento digno.
O MPMS (Ministério Público Estadual) denunciou Dijavan por homicídio por emboscada, traição e recurso que dificultou a defesa da vítima. Conforme informações do advogado José Belga Trad, representante da família da vítima, o julgamento do policial segue sem data marcada.
“O réu está recorrendo, o processo está no Tribunal de Justiça, que já manteve a sentença de pronúncia”, explicou o advogado. Ainda conforme José Trad, o réu entrou com um novo recurso de embargos de declaração — rito jurídico que visa esclarecer eventuais pontos omissos, contraditórios, ou erros de digitação.
Provocações e tapa no rosto antecederam assassinato
Por um acaso do destino, duas famílias sentaram na mesma fileira. O PMA (Policial Militar Ambiental) Djavan e dois filhos (na época, com 14 e 10 anos) ocupavam as poltronas 9, 10 e 11. Já o bioquímico estava na poltrona 12, ao lado de um dos filhos do policial.
Conforme os relatos de testemunhas, Júlio teria começado abrir e fechar os braços, também as pernas, batendo contra o menino que estava ao seu lado. Diante da situação, o pai optou por trocar de lugar com o filho e pediu para que a vítima parasse com as provocações.
No entanto, conforme o boletim de ocorrência, Júlio teria dito: “Você é um idiota, você é babaca, ridículo, cuzão (sic)”. O PMA conta que pediu para que a vítima parasse, e a mulher que acompanhava Júlio também teria pedido para que ele cessasse com as provocações.
A vítima teria se levantado e começado a desferir chutes e socos no policial, momento esse que as outras pessoas presentes na sala de cinema se manifestaram e censuraram a atitude da vítima. Júlio saiu do local, mas antes de deixar a fileira, teria desferido um tapa no rosto do filho do policial. O pai se levantou e disse: “você tá doido, batendo no meu filho, ele é menor, vou chamar a polícia”.
Nas escadarias, a vítima ainda teria puxado o policial pela camisa, que se apresentou como militar e sacou a arma. Julio teria tentado tirar a arma da mão de Dijavan, quando houve o disparo que atingiu a vítima. A arma utilizada não possui registro e foi apreendida com 12 munições de mesmo calibre.
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