Everson dos Santos Alencar foi condenado a 20 anos e oito meses de prisão pelo assassinato do ex-namorado, Wagner Vicente Pereira da Silva, no bairro Amambaí, em Campo Grande. O crime aconteceu em novembro de 2023 e a condenação de Everson ocorreu nesta sexta-feira (14).
Wagner foi agredido e morto asfixiado. Depois, ele foi enterrado no quintal de casa. Na época, três autores foram presos pela DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa).
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Dois dos autores já foram condenados pelo crime. São eles: Andres Adonios Fajardo, a 15 anos de prisão e pagamento de 40 dias-multa, e Thales Silva dos Santos, condenado a 15 anos e três meses de prisão, além do pagamento de 32 dias-multa.
E nesta sexta-feira (14), Everson ocupou o banco dos réus no Tribunal do Júri de Campo Grande. Em plenário, ele negou ter matado o ex-namorado e disse que não tinha a intenção de assassiná-lo.
Apesar de negar envolvimento com o crime, o Conselho de Sentença condenou Everson por homicídio qualificado por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e asfixia.
Durante a análise da dosimetria da pena, foi considerado que os três acusados agrediram Wagner fisicamente. Ele estava imobilizado e depois teve um fio enlaçado no pescoço, momento em que o trio apertou ao extremo e a vítima foi a óbito.
O Conselho de Sentença também pontuou que a morte foi bem planejada entre os autores, visto que cavaram um buraco antes de Wagner chegar em casa. Depois, saíram em busca da vítima e a encontraram em um bar, momento em que Wagner foi induzido a ir para a casa de Everson. Lá, houve uso de bebidas alcoólicas e drogas e depois Wagner acabou assassinado e enterrado no quintal.
Ainda, foi pontuado que ficou demonstrado desde a época das investigações o descaso e frieza com que Everson agiu, fato destacado pela promotoria em plenário. “Inclusive como mentor, tendo o domínio final da ação, cooptando os demais, picotou as roupas da vítima enciumado, comprou até o cimento, ameaçou os demais a não “delatá-lo”, sem dizer que os crimes ocorreram dentro de sua casa e ainda participou também dos atos executórios intensamente, como por exemplo, agredindo, segurando a vítima, etc”.
Diante disso, Everson foi condenado a 20 anos e oito meses de prisão em regime fechado e ao pagamento de 40 dias-multa. Ele também foi condenado ao pagamento de indenização mínima aos sucessores de Wagner no valor de R$ 10 mil. O valor deverá ser corrigido monetariamente desde a data desta decisão, e com juros de mora de 1% ao mês, contados do dia do assassinato.
Ainda, Everson foi condenado ao pagamento das custas processuais.
Julgamento
Durante o julgamento na manhã desta sexta-feira (14), Everson negou ter matado a vítima. Explicou ainda que o ex-namorado era usuário de drogas e frequentemente furtava sua casa. Na época do crime, a principal motivação seria o furto de um aparelho celular.
Autor e vítima tiveram relacionamento de três anos até que Wagner teria avisado Everson que se mudaria de Estado. “Um mês depois ele apareceu na minha casa dizendo que tinha umas pessoas que queriam fazer mal a ele”.
Naquela noite, o autor estava com outros dois indivíduos, sendo um colega e o sobrinho, fazendo churrasco em casa. “Fui dormir e quando acordei ele não estava mais lá. Voltou só na hora do almoço, quando eu o questionei sobre o meu celular e ele disse que havia empenhado em uma ‘biqueira’. Eu disse que queria meu celular de volta e ele disse que iria ligar para o traficante”, contou.
No domingo, o autor e os amigos passaram o dia ingerindo bebida alcoólica, quando resolveram sair para procurar Wagner e o questionar sobre o celular, e o mandaram ir para casa ligar para o traficante.
“Aí na hora que ele entrou [em casa], ele ficou na sala ligando para o cara e eu me dirigi ao quarto e sentei na cama, quando ele entrou no quarto já alterado, começou a gritar comigo e o Andres e o Thales entraram no quarto. O Andres enlaçou o fio no pescoço do Wagner, começou a apertar aí falei para ele parar, aí ele parou e a gente colocou a vítima no chão, parecia que estava morto já, só que ele deu um suspiro forte, foi quando o Andres correu, subiu em cima do pescoço dele com os dois pés, e com a outra mão puxava o fio, e o Thales colocou o pano no rosto dele e asfixiou a vítima também”, detalhou.
Denúncia
A denúncia consta que os autores arquitetaram a morte da vítima e cavaram um buraco na casa. Chamaram Wagner para comparecer na residência, onde o agrediram, seguraram pelo pescoço e depois enlaçaram um fio e apertaram até a morte.
Cada um dos acusados apresentou motivações diferentes para o crime, porém Everson cometeu o crime por ciúmes da vítima. Ele acreditava que ele saíram com outras pessoas e por cometer pequenos furtos em sua casa.
O corpo foi encontrado enterrado no quintal da casa.

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