Celso Irineu, de 32 anos, preso pelo feminicídio de Olizandra Vera Cano, de 26 anos, em Coronel Sapucaia, a 395 quilômetros de Campo Grande, disse para o delegado, Guilherme Tiago de Andrade, que a esposa teria desferido a facada contra o próprio pescoço.
“Ele negou o crime, dizendo que ela tirou a própria vida”, disse Guilherme. Ainda segundo o delegado, o casal brigava com frequência.
Assim como ocorre também em outros casos de violência doméstica, Olizandra não chegou a registrar um boletim de ocorrência contra o marido. O filho do casal, um bebê de 1 ano e 9 meses, estava na casa quando ocorreu o crime. Ainda conforme o delegado, foi feito o pedido de prisão preventiva de Celso.
O feminicídio de Olizandra ocorreu após uma discussão pelo jantar. Os policiais foram acionados para o local depois da meia-noite. Olizandra foi encontrada caída no quintal da residência já sem sinais vitais. O autor, Celso Ireneu, foi preso em flagrante.
Discussão que acabou em feminicídio
Celso Irineu, que apresentava sinais de embriaguez, relatou ter ingerido bebida alcoólica e informou que houve uma discussão com sua esposa, devido ao preparo da janta. Segundo sua versão, a vítima teria se apoderado de uma faca durante a discussão.
O autor negou a prática do crime e apresentou versões desconexas e contraditórias sobre os fatos. A autópsia preliminar revelou que Olizandra apresentava um corte profundo na região do pescoço. A faca foi encontrada com manchas de sangue próximo ao corpo da vítima.
Além disso, foi verificado que a calça, a camisa e o braço direito de Celso estavam manchados de sangue, sendo observado um pequeno corte de aproximadamente um centímetro em seu braço.
Feminicídios registrados em MS até maio de 2025
- Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro
- Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro
- Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro
- Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro
- Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro
- Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março
- Alessandra da Silva Arruda – 29 de março
- Ivone Barbosa – 17 abril
- Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio
- Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio
📍 Onde buscar ajuda em MS
Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana.
Além da DEAM, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.
☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.
As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.
Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.
📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.
⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.
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