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Polícia

Defesa pede acordo para extinção de processo contra motorista de BMW que matou Letícia em acidente

Defesa alegou que Lucca tem bons antecedentes e que Letícia teria provocado acidente
Thatiana Melo -

A defesa de Lucca Assis Mandetta, indiciado pela morte de Letícia Machado Gonçalves, no dia 25 de agosto de 2024, em um acidente na região central de , pediu pelo acordo de não persecução penal, ou seja, a suspensão, extinção do processo, com pagamento de .

No pedido para que o processo contra Lucca seja suspenso, a defesa alegou que o rapaz tem bons antecedentes, sendo réu primário, tendo ficado no local do acidente. Ainda segundo a defesa, Letícia concorreu com a culpa do acidente, já que de acordo com a peça, a jovem estava em alta velocidade e teria passado no sinal vermelho. 

Já o MPMS (Ministério Público Estadual) negou o pedido da defesa. “Conforme esclarecido no momento do oferecimento da denúncia não estão preenchidos os requisitos objetivos necessários para tanto, previstos no artigo 28-A, caput, do Código de Processo Penal, já que o referido benefício não é suficiente para a reprovação e prevenção da infração penal praticada”.

“Contudo, mesmo seguindo esse raciocínio, ainda assim entendemos que qualquer valor indenizatório arbitrado aos familiares da(s) vítima(s)em sede de ANPP seria inadequado e/ou insuficiente para se traduzir o sentimento de Justiça”, diz a decisão que rejeitou o pedido. 

O acordo de não persecução penal está previsto no Código de Processo Penal:

Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a quatro anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: 

I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo; 

II – renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produtos ou proveitos do crime; 

III – prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal);

 IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; 

V – cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada.

O acidente

Letícia conduzia a motocicleta pela Rua 14 de Julho quando, no cruzamento com a Rua Marechal Rondon, foi atingida na traseira pela BMW. Com o impacto, a moça foi lançada contra um poste e morreu ainda no local.

Na época, testemunhas informaram aos familiares que o motorista da BMW teria furado sinal vermelho. Com a infração, atingiu a , que morreu na hora. O motorista do carro se recusou a fazer o teste do . Ele foi encaminhado para a delegacia. 

‘Você não viu?’

Uma testemunha de 40 anos, na época, presenciou o momento em que o condutor da BMW, de 26 anos, matou Letícia no trânsito. O carro teria passado no sinal vermelho.

Conforme a testemunha, ela seguia ao trabalho, pela Rua Marechal Rondon, sentido centro-bairro, quando teve o primeiro contato com a BMW X1. Os dois veículos pararam no semáforo na esquina com a Avenida Calógeras.

No momento em que o semáforo abriu, o motociclista e o condutor da BMW saíram. Então, ao chegarem no cruzamento com a Rua 14 de Julho, o motociclista parou e ouviu uma buzina.

Depois, viu o momento em que a moto de Letícia, que seguia pela 14 de Julho, foi atingida na parte traseira pelo carro de luxo que avançou o sinal vermelho. Com o impacto, a jovem foi lançada da motocicleta.

Ele contou ao Midiamax que chegou a pensar: “Será que ele não viu?” Assim, o motociclista parou a moto e foi socorrer a jovem.

Ao se aproximar, percebeu que ela estava imóvel, pegou no pulso dela e não sentia batimento. Então, o motorista da BMW apareceu e ele perguntou: “Você não viu?” “Não vi”, disse.

Após o acidente, o motorista se ajoelhou, muito nervoso e começou a rezar. “Espero que ela esteja bem”, disse o condutor da BMW. Uma equipe da GCM (Guarda Civil Metropolitana) foi a primeira a chegar.

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