Alerta de afogamentos continua: 10 já morreram em MS nas primeiras duas semanas de 2025
No Brasil, a cada 90 minutos uma pessoa morre afogada, segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático. São em média 15 afogamentos com óbito registrados por dia no país
Mirian Machado –
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Os casos de afogamentos em piscinas, rios, entre outros, estão aumentando, principalmente em janeiro, mês de férias para a criançada e também de muitos adultos. Mato Grosso do Sul não tem praia, mas é repleto de rios e cachoeiras, que viram fuga do calor para muita gente.
Mas o que parece só diversão também esconde perigos invisíveis. Só o Corpo de Bombeiros atendeu ao menos 7 casos de afogamentos no Estado nos primeiros 14 dias do ano.
No entanto, 10 pessoas morreram afogadas em Mato Grosso do Sul, conforme os dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).
No dia 1° de janeiro, uma criança 3 anos, morreu afogada em uma caixa d’água, que era um bebedouro para cavalos, na zona rural de Caarapó. Após o incidente, o irmão mais velho encontrou o menino. Assim, polícia trabalha com a hipótese de que a criança se afogou após um desequilíbrio.
Três dias depois, Lucca Morais Ortiz, de 5 anos, não resistiu e morreu. Ele estava na piscina da casa no dia 1°, desacordado, em Anastácio. Um vizinho, que também é bombeiro, fez os primeiros socorros até a chegada da ambulância.
Ele foi transferido e ficou internado em Campo Grande, mas não resistiu.
Vários casos no fim de semana
No último fim de semana foram quatro casos. No sábado (11) Moisés Santiago Batista, de 22 anos, desapareceu no Rio Dourados, no distrito de Nova Itamarati, em Ponta Porã, e continua desaparecido.
O rapaz estava pescando na companhia de três amigos quando o incidente aconteceu.
Já no domingo (12), Raiel Lopes da Silva, de 25 anos, morreu após se afogar durante banho em uma lagoa de Nova Andradina. Depois, o corpo do jovem foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros, no local conhecido como ‘Prainha do Arroz’.
Ainda no mesmo dia, Ronei de Oliveira Santos, de 22 anos, morreu afogado após tomar banho no Rio Iguatemi. Ronei foi com alguns amigos ao Rio Iguatemi de barco. Os amigos teriam acampado em uma praia e estavam tomando banho no rio. Em certo momento, a vítima se distraiu, foi para a parte mais funda e a água a carregou.
Então, amigos tentaram salvar o rapaz, que afundou e não retornou mais. Com isso, o corpo foi encontrado horas depois pelo Corpo de Bombeiros, a 700 metros do local.
Ainda no domingo, um bebê de um ano e 11 meses, morreu afogado após cair na piscina de uma casa em Coxim. O bebê conseguiu ter acesso a um portão e entrou na área da piscina sem que ninguém percebesse.
Ao procurar pela criança, a avó já a encontrou na água. Ele foi levado ao Hospital Regional Álvaro Fontoura Silva. Foram feitas manobras de reanimação e intubação, sem sucesso.
Acidente
Já na segunda-feira (13), quatro pessoas da mesma família morreram afogadas, após o carro em que estavam cair em uma lagoa em Brasilândia.
Após o carro cair na lagoa, o veículo Gol ficou submerso, com as quatro rodas para cima, o que pode ter impossibilitado a saída das vítimas. A princípio, a suspeita é de que o motorista perdeu o controle do veículo, capotou antes de cair no lago.
Neste acidente, morreram o casal, Alex Genival Soares da Silva, de 32 anos, e Monique de Lins Neves, de 32 anos, e os filhos, Lucas Gabriel Neves da Silva, de 13 anos, e Luan Henrique Neves da Silva, de 10.
Afogamentos em MS
Ainda segundo os dados do DataSus, cuja informação consta apenas até 2023, 82 pessoas morreram em Mato Grosso do Sul vítimas de afogamentos naquele ano.
Além disso, o maior número de casos ocorreu em Campo Grande, onde 12 pessoas morreram, seguido por Dourados, com 8 vítimas.
A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, não divulgou dados atualizados sobre o caso.
Enquanto isso, o Corpo de Bombeiros informou que realizou atendimento em 7 ocorrências, sendo elas em Anastácio, Nova Andradina, Brasilândia, Corumbá, Coxim, Iguatemi e Sidrolândia. Cinco das ocorrências atenderam no domingo e duas na quarta-feira.
Também conforme a corporação, no ano passado foram 66 atendimentos a esses casos, contra 73 de 2023, 52 casos em 2022 e a mesma quantidade em 2021.
Por fim, os dados da Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático) mostram que a cada 90 minutos uma pessoa morre afogada. Ou seja, diariamente ocorrem em média 15 afogamentos com óbito, sendo que 70% desses incidentes acontecem em águas naturais, como rios, lagos e represas.
Além disso, a Sobrasa destaca que o afogamento tem 200 vezes mais risco de levar à morte do que os incidentes de transporte, por exemplo.
Orientações em casos de afogamento
- Caso presencie um afogamento, só tente salvar a vítima se for habilitado e esteja em boas condições físicas para a ação; caso contrário, se for possível a aproximação, lance algum objeto flutuante (boia, isopor, prancha, etc) que ajude a vítima a flutuar ou que possa agarrar e ser tracionada para a margem (cordas, galhos com boa resistência, etc.);
- Acione o guarda vidas ou o Corpo de Bombeiros Militar através do telefone de emergência 193;
- Piscinas de clubes e condomínios devem possuir acessos restritos e placas com informações;
- Pais e/ou responsáveis devem dedicar atenção integral às crianças;
- A existência de guarda-vidas não substitui a atenção e responsabilidade dos pais e/ou responsáveis;
- Não faça uso de bebidas alcoólicas antes ou durante a permanência na água;
- Obedeça às orientações e determinações dos guarda-vidas;
Além disso, os Bombeiros orientam a respeitar as sinalizações de alerta e proibição:
- Evite brincadeiras que coloquem a segurança em risco, tais como “briga de galo”, “caldo”, competições de apneia (segurar o fôlego), entre outras;
- Evite mergulhos “de ponta” em locais que não possuam conhecimento sobre a profundidade e relevo subaquático.
Cuidados em rios, balneários e piscinas
- Alimente-se com moderação, prefira comidas leves e não mergulhe alcoolizado;
- Procure sempre um local com segurança de guarda-vidas;
- Sempre que for nadar, avise um parente sobre o local para onde está indo e a hora programada para retorno;
- Crianças não devem brincar em piscina sem a supervisão de um adulto. Mas não as deixe sob cuidados de pessoas estranhas;
- As crianças não devem brincar de empurrar, dar “caldo” dentro da água ou simular que estão se afogando;
- Não permaneça perto de embarcações;
- Cuidado com o limo nas pedras, ele pode fazer você escorregar e cair na água.
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