A mulher, de 38 anos, acusada de chefiar o grupo que esfaqueou um cantor e ator na saída de um bar na região central de Campo Grande, foi presa novamente nessa segunda-feira (12). Ela havia sido presa em dezembro do ano passado pela DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa), mas fugiu do presídio no último dia 16 de abril.
A recaptura da acusada ocorreu nessa segunda (12), quando ela estava acompanhada de um homem na Vila Taquarussu e se passou pela irmã durante abordagem da equipe da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos).
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Na ocasião, a equipe da Derf realizava diligências de rotina, quando tomou conhecimento de que um homem conhecido no meio policial estaria em posse de alguns objetos furtados. Assim, os policiais foram até o local, encontraram o suspeito, mas ele não estava portando nenhum ilícito.
No entanto, o homem estava acompanhado de uma mulher, que se identificou, mas não portava documentos pessoais. Então, os policiais checaram no sistema, mas nada foi encontrado em nome dela e conduziram a mesma para a delegacia.
Ao chegar na especializada, foi constatado que a mulher usava um nome falso. Logo, ela confessou que estava mentindo e usando o nome da irmã de criação e informou sua verdadeira identidade.
Mulher foi impronunciada
Nesta terça-feira (13), a acusada foi impronunciada pelo Poder Judiciário, ou seja, impedida que seja submetida ao Tribunal do Júri.
Durante depoimento em juízo, a acusada negou que tenha gritado para que matassem a vítima, rebatendo a acusação de que seria a mandante do crime. Ela alegou que a vítima e amigos agrediram seu filho. Então, foi conversar com a vítima, mas ao virar as costas, a vítima foi atrás dela e passou a xingá-la.
Ao juiz, a mulher também disse que o bar estava muito cheio e o som muito alto, sendo que de repente virou uma briga generalizada. Após a briga, ela disse que foi embora com o filho.
Diante dos diversos depoimentos, o magistrado considerou que não existem indícios suficientes de autoria e impronunciou a acusada. “Diante do que consta acima, não existem indícios suficientes da autoria atribuída à acusada, notadamente porque os depoimentos colhidos em fase judicial – que poderiam apontar uma possível autoria – não trouxeram elementos suficientes para pronunciá-la”, diz a decisão.
Além disso, ressaltou que as provas insuficientes também foram a conclusão do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) em suas alegações finais. Nas alegações, o órgão também se manifestou a favor da impronúncia.
Relembre o caso
O artista estava em um bar na região da Feira Central com grupo de amigas, no dia 12 de outubro de 2024. Em determinado momento, o cantor teria se afastado. Após cerca de meia hora, as amigas avistaram trio esfaqueando e agredindo a vítima. Naquele instante, uma das amigas saiu em socorro e o colocou no carro.
Os suspeitos então passaram a danificar o veículo em que a vítima estava dentro. A polícia foi acionada para o local, mas o estabelecimento já estava fechado e não havia vestígios do ocorrido, muito menos outras pessoas que pudessem ter presenciado os fatos.
Durante as investigações feitas pela DHPP, a polícia identificou pelo menos quatro suspeitos do ataque. Todos menores, com idades entre 16 e 17 anos, os quais tinham como líder a mãe de um deles, a mulher de 38 anos.
Foi apurado que, apesar de não participar diretamente das agressões, a mulher exercia determinada autoridade sobre os menores. Ainda durante a investigação foi possível verificar que, em pelo menos outras duas oportunidades, o grupo, agindo da mesma forma, espancou frequentadores do local, resultando em lesões corporais nas vítimas.
Outra vítima
No dia 26 de outubro, o grupo fez nova vítima, um rapaz de 28 anos, também frequentador do local, que foi espancado e atingido com golpes de faca. Ele foi socorrido em estado grave, mas sobreviveu.
Durante essa investigação, foi possível confirmar que a mulher seria a responsável pela comercialização de drogas nas proximidades do bar, tendo como seus ajudantes adolescentes, entre eles, seu filho, de 17 anos.