Moradores da Chácara dos Poderes, próximo de onde funciona a ONG (Organização Não Governamental) que abriga cerca de 250 animais entre gatos e cachorros, alvo de uma ação da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) na quinta-feira (4), se dividem na opinião sobre a situação.

As irmãs, responsáveis pela ONG, foram presas por maus-tratos. A mãe delas é quem ficou responsável pelo local até que tudo seja readequado aos cuidados dos animais.

Uma moradora reclama, enquanto outro morador afirma não se incomodar.

A mulher, que preferiu não se identificar, contou que presenciou várias vezes alguns cães soltos na rua em frente à chácara. Ela disse que eles são bravos e que por medo de ser atacada parou de passar naquela rua. 

A preocupação ocorre também em razão de doenças, pois alguns animais apresentavam sarnas. No local, vários deles foram encontrados se coçando, outros com feridas, todos estão em local aberto, mas juntos, sem isolamento, o que pode provocar propagação de doenças. 

Já um morador mais próximo, diz não se incomodar. Ele afirma que o barulho é normal ‘de chácara, de cachorro’. O cheiro, apesar do forte odor de urina e fezes, ele também contou que não chega à sua propriedade.

(Nathalia Alcântara, Midiamax)

Nesta sexta-feira (5), a mãe das responsáveis pelo local estava na chácara fazendo a limpeza.

Apesar da denúncia de animais do lado de fora da chácara, em vídeo divulgado nas redes sociais, uma das irmãs, presa por maus-tratos, explicou que o que faz é para ajudar os animais. Ela disse que muitos desses cães são jogados na chácara, pelos antigos donos que sabem que no local funciona uma ONG e não o contrário.

Abalada com a denúncia, ela alega que já mudou para uma chácara para ter um lugar melhor para cuidar dos animais. “A gente tá fazendo milagre com as doações”, lamentou.

A mulher explicou que a ONG tem sofrido perseguição de moradores e pessoas que acreditam ser ‘obrigação’ delas pegarem todos os animais da rua. 

“Olhar do portão, todo mundo vai difamar, vai julgar, mas quem tá lá dentro fazendo o que eu tô fazendo? Aí tem cocô na varanda, os cachorros acabaram de comer. É inacreditável. Abriram a porta de um carro a noite, jogaram 5 cachorros no mato e falaram que a gente soltou na rua. A gente ficou mais de um mês tentando pegar esses cachorros, porque eles não deixavam pegar. Os cachorros que estão aqui estão acostumados a ficar mais de três anos juntos. Se colocar aqui dentro eles matam. Ficamos um mês tratando, amansando”, lembrou.