Um trio acabou preso quando tentava arremessar celulares para dentro do Presídio Masculino de Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande. A prisão dos criminosos foi divulgada nesta segunda-feira (3).

A polícia fazia rondas no entorno do presídio quando foi avistado um carro Nissan Sentra, ocupado por três pessoas, próximo à região de mata. Por isso, foi dada ordem de parada ao trio. Em seguida, foi checado e descoberto pelos policiais que os homens tinham mandado de prisão em aberto.

Antes da abordagem, o trio ainda tentou fugir. Durante as buscas, os militares encontraram os drones, aparelhos celulares, chips de celulares, cinco baterias e um carregador, segundo o site JP News. Todos foram presos e o material apreendido.

Uma série de matérias publicadas pelo Jornal Midiamax denunciou a entrada de celulares em presídios do Estado com o uso de drones. O crime organizado chega a pagar por cada voo de drone o valor de R$ 16 mil. No valor do voo não está incluso o preço do celular, o que pode variar conforme o modelo.

Celulares etiquetados para entrega em mãos

Declarações do preso Lucas Matheus Ribeiro de Moraes, investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) depois da deflagração da Operação Bloodworm, em maio de 2023, revelaram que drones seriam alugados por cerca de R$ 16 mil para arremesso de celulares para dentro dos presídios. Esse valor ainda varia conforme o modelo do aparelho, de acordo com o membro do Comando Vermelho.

A operação deflagrada no ano passado mirava a expansão do Comando Vermelho no Estado, com ajuda de advogados e servidores na entrada de celulares em penitenciárias. Lucas está detido na Gameleira II de segurança máxima e é apontado como o 04 do ‘Conselho do 13’ da facção criminosa. 

Lucas contou em depoimento que celulares e drogas eram arremessados para dentro dos muros da Gameleira II por cerca de R$ 16 mil por voo. No valor não estava incluso o modelo do celular, o que fazia o preço variar. 

Ainda de acordo com o detento, o modus operandi de quem opera o drone e envia os aparelhos em questão seria: amarrar os celulares e drogas ao drone por um longo barbante e os presos ‘pescarem’ o pacote para dentro, através da ventana que fica no fundo da cela.

Informações obtidas pelo Midiamax são de que os celulares são todos etiquetados com o nome do preso, para ser entregues em mãos. No dia 26 deste mês, mais um flagrante de drone tentando arremessar celulares para dentro da Máxima foi visto e impedido por um policial penal que estava em uma das torres.

Assim, o agente conseguiu interceptar o drone que estava com aparelhos celulares entre o pavilhão e a galeria onde deveriam ser entregues.

Além dos constantes flagrantes de celulares, até explosivos são ‘guardados’ pelos bandidos na segurança das cadeias. Na Máxima, por exemplo, celulares seriam alugados por R$ 50 a cada 15 minutos, ou são trocados por pequenos favores dentro, ou fora da cadeia.