Sanção de Souza, de 38 anos, foi preso com 25 quilos de maconha na rodoviária de Parnaíba, no Piauí, nesta terça-feira (23). Ele é um dos suspeitos de envolvimento na execução do jornalista Leo Veras, de 52 anos, em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, cidade que faz fronteira com Ponta Porã, a 315 quilômetros de Campo Grande.

O suspeito já foi preso em 2020 em uma megaoperação na cidade fronteiriça e por diversas outras vezes. Durante a Operação Veranio, deflagrada na madrugada desta terça, Sanção foi flagrado transportando as drogas em uma mala na rodoviária de Parnaíba, sua cidade natal.

Segundo o registro policial, os policiais apreenderam cerca de 23 tabletes de maconha prensados, além de 10 sacos de maconha esfarelada. Assim, totalizando aproximadamente 25 kg de maconha e skunk, droga conhecida como ‘supermaconha’. 

Com isso, os policiais prenderam o suspeito por tráfico de drogas. Ele passou por audiência de custódia e aguarda os trâmites judiciários.

Conforme o Comandante-Geral da Polícia Militar do Piauí, coronel Scheiwann Lopes, Sanção já era investigado na região litorânea e a suspeita é de que ele estava com a conexão com a divisa do Brasil, São Paulo e Parnaíba. 

“Nós achávamos que ele já estava com essa conexão entre Pedro Juan Caballero, São Paulo e Parnaíba, de tal maneira que ele já tinha sido preso em Pedro Juan Caballero e em São Paulo. E agora aqui ele caiu com uma grande quantidade de droga, vai responder o tráfico, já se encontra a disposição da justiça. A sua prisão já foi homologada em audiência de custódia, agora é esperar que a justiça seja feita”, explicou.

Megaoperação em 2020

As prisões aconteceram após a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) divulgar que os tiros que atingiram o jornalista brasileiro assassinado Lourenço Veras, o Leo Veras, foram disparados de uma pistola Glock 9mm. Esta mesma arma foi utilizada em execuções de ao menos outras sete pessoas na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero.

Oscar Duarte, Arnaldo Colman, Anderson Rios, Paulo Sespedes, Sanção de Souza, Luiz Fernando Leite, Marco Aurélio Vernequez e Cyntis Raquel Pereira foram indiciados por associação criminosa e pela Lei das Armas. O grupo foi levado para a penitenciária de Tacumbú

Um dos presos seria um menor, um adolescente de 17 anos, mas o promotor paraguaio Marcelo Pecci disse que no momento de sua detenção, o causado havia informado que tinha 18 anos. Foi solicitado ao governo brasileiro a documentação do acusado.

Ainda durante a megaoperação, os policiais encontraram pistolas e fuzis, além de grande quantidade de munições. As equipes fizeram buscas em 19 endereços de Pedro Juan Caballero e também localizaram um Jeep Renegade branco.

O veículo teria sido usado pelos pistoleiros que executaram Leo Veras. O promotor Marcelo Pecci comandou a operação, denominada Alba. Oficiais do Departamento Contra o Crime Organizado, Investigações de Amambay, Fope e Grouping Falcon também participaram.

Execução

Leo estava em casa, jantando com a família, quando o grupo de ao menos quatro pessoas invadiu o local, na noite daquela quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020.

Jornalista Leo Veras (arquivo pessoal)

Um dos autores ficou no veículo modelo Jeep Grand Cherokee usado no transporte, e outros três realizaram o ataque. Logo ao levar os primeiros tiros, Leo correu para os fundos da residência, uma área escura, na tentativa de se proteger, mas foi perseguido.

Lá, os criminosos os terminaram de matar o jornalista, com o total de 12 disparos. Em seguida o amordaçaram.

Vídeos do local do crime mostram um pano branco, ensanguentado, que foi usado para tapar a boca do jornalista. A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) acompanhou o caso e divulgou nota oficial afirmando que não aceitaria que o crime ficasse impune.

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