Sucessione: Audiência de Razuk por envolvimento no jogo do bicho é adiada em Campo Grande

Nesta audiência, serão ouvidas testemunhas do Gaeco

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A primeira audiência do jogo do bicho, após a deflagração da Operação Sucessione, em 2023, que estava marcada para setembro deste ano, foi adiada para novembro. O deputado Neno Razuk é apontado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) como o líder da organização criminosa que contava com policiais militares como ‘gerentes’ do grupo.

A audiência foi adiada devido a um dos advogados dos réus ter outra audiência marcada para o mesmo dia, e por isso, teve de ser remarcada. A audiência deve ocorrer no dia 11 de novembro às 14 horas, quando devem ser ouvidas testemunhas arroladas pelo Gaeco. 

Outra audiência do caso ainda deverá ser marcada. Entre testemunhas de acusação e defesa, devem ser ouvidas 20 pessoas. A decisão do adiamento foi publicada nesta quarta-feira (28) pela magistrada May Melke do Amaral.

Na época da deflagração da Operação Sucessione, Neno foi alvo de buscas e apreensão em sua casa em um condomínio de luxo, em Campo Grande. Na ocasião, quatro assessores do deputado foram presos. O major aposentado da PM, Gilberto Luiz, também foi preso. 

O deputado foi acusado de usar servidores da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul) para a organização criminosa do jogo do bicho. As denúncias de servidores da secretaria envolvidos com a organização causaram um racha na secretaria.

Reportagem do Jornal Midiamax, em julho deste ano, revelou uma guerra entre os grupos de Neno Razuk, ‘Banca BR’, contra outro grupo, ‘Banca Kapital’, que estaria tentando dominar o jogo do bicho em Campo Grande.

Segundo alguns anotadores de apostas, policiais militares e civis estariam abordando os cambistas para impor a mudança do controle das banquinhas do jogo do bicho para os donos da ‘Banca BR’.

Em agosto, um perito da Polícia Civil foi denunciado a Corregedoria por ameaçar anotadores do jogo do bicho do grupo que seria rival a Neno Razuk, que supostamente seria apontado como líder.

O que dizem as defesas

João Arnar e André Borges, defesa de Neno Razuk, diz: “Na audiência marcada e nas próximas à defesa terá a oportunidade de esclarecer o que é a verdade: Neno Razuk é primário, ficha-limpa e inocente. Quem tiver paciência saberá disso no final”.

Cézar Lopes e Rhiad Abdulahad, defesa de José Eduardo Abdulahad e outros, fala: “A defesa e os acusados acreditam na justiça e que a verdade prevalecerá sobre uma narrativa equivocada; inocência será demonstrada no decorrer do processo”.

Perito da PC usou celular para ameaçar anotadores de grupo rival

Um perito da Polícia Civil foi denunciado por fazer ameaças ao grupo rival de anotadores do jogo do bicho que estão atuando em Campo Grande. O Midiamax teve acesso ao documento da denúncia.

O documento traz que as novas ameaças começaram um dia antes de 8 de julho. No dia em questão, uma segunda-feira, a vítima disse que estava em casa junto da família. Uma vizinha teria mandado mensagens dizendo que tinha visto parado em frente a casa do anotador um Fiat Pálio, de cor vermelha, com três homens, em atitude suspeita.

Um deles desceu do carro e passou a fazer fotos da residência, indo, inclusive, até o portão se abaixando e fazendo fotos de dentro da garagem da vítima. Logo em seguida, o homem voltou para a esquina onde continuou de ‘campana’. Momentos depois, a esposa do anotador saiu da residência e percebeu que estava sendo seguida pelo mesmo veículo que anteriormente estava em frente de sua casa. 

Com medo, ela parou em uma farmácia para abrigar-se e ligou para o marido que pediu que acionasse a polícia. Um dos ocupantes do carro ainda desceu e ficou na esquina ‘cuidando’ a mulher que saiu do local indo em uma loja de roupas. 

Ela foi seguida mais uma vez pelos ocupantes do carro. O marido da mulher foi em seu encontro e quando chegou ao local, o ocupante do Fiat Pálio que estava de ‘tocaia’ foi embora. Em seguida, a Polícia Militar chegou ao local e de acordo com a vítima, um dos militares que estava no local seria um conhecido.

Ao mostrar a foto do suspeito para o policial, ele não o reconheceu. No entanto, ainda conforme o relato, dias antes de ter a esposa perseguida, o anotador revelou que recebeu mensagens com ameaças e intimidações. As ameaças determinavam que ele parasse de trabalhar no grupo que está atuando em Campo Grande, no jogo do bicho.

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