‘Stephanie que conhecia não permitiria isso’, relata madrinha de Sophia durante julgamento

Sophia morreu aos 2 anos após várias agressões e torturas

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(Nathalia Alcântara, Midiamax)

Uma das testemunhas a falar nesta manhã de quarta-feira (4) no julgamento sobre a morte de Sophia OCampo é amiga de Stephanie de Jesus da Silva, acusada junto do companheiro Christian Campoçano pela a morte da menina. 

Cybelle Amaral Pires, além de amiga, era madrinha da criança. Para os jurados, Cybelle contou que trabalhou com Stephanie e manteve a amizade com a jovem. Ela relatou que Stephanie teria largado a faculdade por causa da gravidez.

Ainda segundo Cybelle, Jean largou a família para viver com o padrinho de Sophia – seu atual companheiro. “Ela (Stephanie) se afastou após morar com Christian, parou de mandar mensagem”, disse a amiga, que falou que quando a mãe de Sophia ficou desempregada fazia bolos para vender.

Mãe muito presente

“A Stephanie que eu conhecia não permitiria isso”, disse a amiga que relatou nunca ter visto Stephanie bater na filha. Cybelle ainda contou que Stephanie era muito presente. “A gente saía bastante, tínhamos muito contato no começo do namoro com o Christian, mas depois ela foi se afastando”, falou

Cybelle ainda disse que Stephanie tinha de pedir para Jean ajudar financeiramente em casa.

Foram 30 vezes que Sophia foi levada a uma unidade de saúde, sempre com algum machucado, passando mal, mas também sempre havia uma desculpa para a criança estar com aqueles roxos pelo corpo como: ter sido agredida pelo ‘irmão’ – filho de Christian – ou ter se machucado brincando.

(Nathalia Alcântara, Midiamax)

Torturada e estuprada 

Torturas, beliscões, xingamentos, gritos e até estupro. Nos dois anos em que Sophia viveu, ela foi agredida pelo padrasto. A mãe nega que sabia das agressões à filha, mas conversas recuperadas  pelo Gaeco demonstram o contrário.

Nas conversas entre Stephanie e Christian, a mãe de Sophia combina com o companheiro a melhor forma de relatar os motivos para os machucados na menina. “Vamos dizer que caiu no parquinho.”, dizia uma das mensagens trocadas. 

Em agosto de 2022, a mãe de Sophia questiona o marido sobre uma marca de mordida no braço da menina, e ele responde: “sabe que não controlo a mordida, ela é macia demais”.

No dia 16 de novembro, em mais uma mensagem enviada do padrasto da menina para a mãe de Sophia, ele fala que deu uma surra na criança, e que percebeu que ela ficou com um galo na cabeça e estava com a boca sangrando. 

A perita Rosângela Monteiro, que atuou no caso Nardoni, em 2008, teria apontado que a menina foi abusada várias vezes. “A violência sexual foi claramente identificada pelo rompimento de hímen, a heperemia em partes da vagina e esquimoses na face interna das coxas, e o rompimento do hímen já estava cicatrizado, portanto, fora realizado em data anterior da morte da vítima”, diz parte da análise.

Os dois ainda teriam sido denunciados por tortura contra Sophia quando ela teve a perna quebrada a chutes por Christian. A cena foi presenciada pelo filho do autor que prestou depoimento falando sobre o episódio. “Foi meu pai, meu pai que chutou ela pra rua, chutou ela duas vezes, aí deixou ela machucada”.

A menina tinha um trauma na coluna vertebral, o que na época foi dito pelo médico legista, que uma força muito grande pode ter feito com que o pescoço tenha girado em 360º e poderia ter causado a morte instantânea de Sophia.

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