Réu se cala e outro nega assassinato por dívida com ferramentas: ‘Bebia todo dia’

João Francisco Finger foi espancado em 2 julho de 2023 e morreu dias depois na Santa Casa

Victória Bissaco – 30/08/2024 – 09:50

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Ricardo, de camiseta branca, e Márcio, de listrada – (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax)

Agosto encerra com o julgamento popular de Márcio Pereira da Silva e Ricardo Freitas Portes, acusados de assassinar João Francisco Finger Ribeiro após sessão de espancamento. O caso ocorreu em julho de 2023 e, sentados no banco de réus nesta sexta-feira (30), um negou o crime, enquanto o outro optou pelo silêncio.

Conforme a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Ricardo e Márcio desferiram socos, chutes e pontapés, além de usarem tijolos e pedaços de madeira, para espancar João Finger. A motivação foi uma dívida relacionada a empréstimo de ferramentas de trabalho. A vítima conseguiu pedir socorro, mas morreu dias depois na Santa Casa.

O primeiro a ser ouvido no Plenário do Tribunal do Júri foi Márcio, que, primeiramente, foi listado como Marcelo no processo. A confusão se deu porque o suspeito, no momento da prisão em 25 de agosto de 2023, tentou se passar pelo irmão, que também está preso, mas por outros crimes e no estado de São Paulo.

“Fui preso bêbado e colocaram o nome do meu irmão, Marcelo. Quando fui preso procurei a assistência social para legalizar meu nome […] Ele (policial) perguntou se meu nome era Marcio Pereira da Silva ou Marcelo Pereira da Silva, eu acabei falando que era Marcelo. Mas meu irmão está preso e não tem que pagar pelo que fiz”, disse.

Márcio negou o crime – (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax)

Sobre o crime, nega qualquer participação, inclusive, ter testemunhado ou estado presente no local dos fatos – uma vila de quitinetes com 162 quartos. “Creio que estive lá (na vila de quitinetes), mas eu não estava lá, porque, decerto, saí cedo para catar latinha”, disse. Então, falou que soube do ocorrido dias depois. “Quando acharam o corpo ali na esquina”.

O réu também disse ser usuário de crack e de bebidas alcoólicas, mas reforça que nem sequer estava no conjunto de quitinetes. “Eu bebia todo dia, usava crack. No dia em que fui catar latinhas, voltei depois do almoço porque parei para beber pinga”.

Amizade, uso de drogas e dívida

João Finger foi espancado na vila de quitinetes localizada na Avenida Júlia Maksoud. No local, segundo depoimento de Márcio, diversas pessoas moravam, inclusive Ricardo, o outro acusado. João Francisco estaria em situação de rua e frequentava o imóvel junto a outras pessoas para uso de drogas.

Questionado se possuía amizade com João, respondeu que apenas o conhecia. Sobre o outro réu, afirmou que moravam no mesmo local.

Ricardo quis ficar em silêncio durante júri popular – (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax)

Ainda, disse trabalhar como catador de latinhas e não tem conhecimento de dívida de ferramentas. Contudo, quando foi preso, além de ter confessado o crime, mencionou essa motivação. “Isso aí foi na hora da prisão, que a gente fala tudo o que vem na cabeça”.

Márcio também negou ter confessado o crime. “Eu não confessei nada […] Alguém deu esse depoimento e eu só fui assinando”. Por fim, reforçou não ter participação. “Só Deus sabe, né? Eu falo que não matei ele. Eu tenho certeza que não matei ele”.

Na vez de Ricardo Portes ser ouvido, optou por ficar em silêncio, sem mais explicações.

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