Luciana Duarte Grubert, ré por matar Reginaldo Amaral Paes, com uma facada no peito, em janeiro de 2022, disse na manhã desta sexta-feira (6), durante seu julgamento, que não tinha intenção de matar o marido. “Cai em cima dele e esfaqueei sem ver. Não sabia que ia pegar no coração”, disse aos jurados.
Durante seu depoimento no júri, Luciana falou que amava Reginaldo e por isso aguentou por muito tempo a agressividade dele. “A gente vivia em paz, até ele vir e fazer coisas que eu não gostava. Às vezes ele chegava sujo e queria ‘brincar’, não queria tomar banho. Ele também fazia coisas que eu não gostava durante o sexo. Então a gente brigava por causa disso”, falou.
Luciana ainda desmentiu o relato de sua ex-sogra e de testemunhas que afirmaram que ela bebia muito. A ré disse que Reginaldo era quem ingeria muito bebidas alcoólicas.
No dia do crime, Luciana disse que dormiu na casa de uma amiga e que Reginaldo a buscou lá. Depois, ele foi ao bar com dinheiro dela e a convidou para ir também. “Me chamou para a gente ficar lá, conversando. Eu estava saindo para ir ao mercado, mas fui para lá”, falou.
Quando já estava em casa fazendo o jantar e cortando legumes, Reginaldo chegou a puxando pelo pescoço querendo manter relações. O marido, então, a levou para o quarto. Ele se jogou na cama e ela caiu por cima dele.
Foi neste momento, segundo Luciana, que fez o movimento com o braço para trás e a faca entrou no peito de Reginaldo. “Não tive a intenção de matá-lo, tanto que depois eu voltei para passar pomada nele”, afirmou.
‘Minha vida acabou’
“Minha vida se acabou, até hoje aquela dor não sai do meu peito”, falou para os jurados a mãe de Reginaldo Amaral Paes, no julgamento da ex-nora, Luciana Duarte Grubert, em Campo Grande.
Marilene Amaral Paes contou aos jurados que nunca soube que Luciana seria agredida pelo filho. Ela relatou que grande parte da discussão entre Luciana e Reginaldo era porque o filho queria dinheiro para beber pinga e a esposa não dava.
“Quando ele bebia, ele era um coitado. Se desse um empurrão nele, ele ficava. Mas ela não, ela era agressiva”, disse Marilene. A mãe de Reginaldo disse que ele era um bom filho. “Minha vida se acabou, até hoje aquela dor não sai do meu peito. Toda hora que eu tô sentada eu vejo ele passando na minha frente. Quando estou fazendo café eu vejo uns vultos e escuto a voz dele me chamando. É uma dor que não sai nem do meu coração nem da minha mente. Ele levou um pedaço de mim”, disse a mãe.
